Capítulo 12

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Nós treinamos a manhã e a tarde toda, parando apenas para almoçar, então quando chego no meu quarto às seis estou mais do que cansada, física e mentalmente. Nós treinamos não apenas o controle sobre o fogo, mas defesa pessoal também. Os meninos são bem mais avançados, tendo anos de prática, mas quando se trata de dominação das habilidades, eu dou um banho neles, mesmo com tão pouca experiência.

Acordo no domingo com alguém batendo na minha porta e quando olho no relógio antes de levantar, vejo que já estou uma hora atrasada, então pulo e corro para abrir a porta, vendo meu avô e Miguel parados ali.

- Desculpa, eu dormi demais. – Digo indo em direção ao banheiro.

- Não precisa se preocupar, vim te dar o dia de hoje livre. – Meu avô diz me fazendo voltar.

- Como assim?

- Você tem avançado muito mais rápido do que poderíamos imaginar, e ontem você trabalhou muito, então é melhor descansar hoje.

- Tem certeza? Eu posso me arrumar em minutos.

- Não precisa, só vim aqui te dizer isso. – Ele volta para a porta e antes de sair se vira. – Qualquer coisa estou na biblioteca. E você, –diz se virando para Miguel – cuidado com a minha neta.

- Pode deixar. – Miguel diz ficando vermelho e meu avô sai com um sorriso discreto nos lábios.

- Bem, já que eu estou liberada por hoje, acho que vou voltar a dormir. – Digo me jogando de bruços na cama.

- Ah, qual é?! Um monte de coisa para fazer e você quer dormir? – Miguel pergunta se deitando do meu lado, olhando para o teto.

- É isso aí. – Digo fechando os olhos e tentando dormir.

- Ah, não. – Miguel diz alto. – Vem, levanta.

Ele pega meus tornozelos e me puxa, me fazendo dar um grito, então ele me vira e me puxa de novo, me fazendo ficar na ponta da cama.

- Para! Eu tô cansada! – Grito com ele que simplesmente vai até meu guarda-roupa e começa a mexer lá. – O que você está fazendo aí?

Corro até ele, mas antes que eu possa fazer ele se afastar ele se vira para mim com um dos meus cadernos de desenho na mão.

- Merda. – Digo, baixinho, fazendo um sorriso lindo aparecer no rosto dele. Eu guardei meu caderno sem fechá-lo, mas o problema não é esse, o problema é que poderia estar aberto em qualquer um dos meus desenhos, mas está justamente no desenho que fiz dele treinando na arena. Pois é, agora ele não vai largar do meu pé.

- Ora, o que temos aqui.

- Isso é meu, me devolve. – Digo tentando pegar o caderno, mas ele levanta acima da cabeça, o que faz ficar impossível de alcançar.

- O caderno até pode ser seu, mas o modelo sou eu, e gostaria de apreciar a obra. – Ele começa a andar pelo quarto olhando os desenhos. Ele se vira e me lança um sorriso debochado. – Cara, eu sou muito gato.

- Imbecil convencido, agora me devolve. – Estendo a mão, mas ele se vira, ficando de costas.

- Ah, não, senhora. Acho que vou ficar um tempinho com ele.

- O que?! Não! – Corro até ele e tento pegar o caderno, mas ele o coloca acima da cabeça de novo, mas dessa vez ele me segura com o outro braço, me mantendo presa. – Me solta. E me devolve meu caderno.

- Luna. – Ele diz e joga o caderno em cima da cama, mas não me solta.

- Me solta, Miguel. – Digo tentando me afastar, mas parece que estou empurrando uma parede.

A Escolhida - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora