Capítulo 4

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Me levanto cedo mais uma vez, tomo banho, me arrumo e saio do quarto. Como sozinha e decido ir caminhando para o colégio. Deixo um recado na porta da geladeira e outro na porta do quarto, pois se minha mãe não ver o da geladeira, com certeza verá o da porta do quarto.

Quando chego o portão ainda estava fechado, então fico na porta, pego meu caderno e fico desenhando o jardim do sonho. Quando dou por mim estou fazendo um desenho de Miguel novamente. Então decido fazer um desenho do que vejo, não do que sinto, então começo a desenhar a rua do colégio quando alguém senta ao meu lado, decido ignorar, sei que não é um dos meus amigos, eles nunca chegam muito cedo, então deve ser só mais um aluno.

Mas então sinto um braço sobre meus ombros, olho e vejo que é Miguel, me olhando com um sorriso nos lábios.

- Olá. – Ele diz.

- Oi. – Falo baixo, meio sem acreditar.

- Trouxe o desenho?

Então o sonho foi real, arregalo meus olhos e olho para o caderno, mas não consigo fazer minhas mãos se mexerem. Ele pega o caderno do meu colo e começa a passar as folhas, quando chega nos retratos dele, um sorriso – lindo de matar – aparece em seus lábios, deixando ele ainda mais lindo. Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas eu fico muda, completamente sem reação, apenas olhando para ele com cara de boba.

- Parece que você tem me desenhado bastante, não? – E lá vem a vermelhidão de novo. – Que tal ter o modelo ao invés de só o imaginar? – Ele sorri enquanto eu fico cada vez mais vermelha.

Eu respiro com dificuldade, com a boca aberta para que o ar não encontre barreira, mas ainda assim parece que corri uma maratona. Vendo a reação que causa em mim, ele começa a se aproximar, mas então...

- Luna! – Antony grita, me fazendo pular e sair do transe.

Miguel parece irritado, mas coloca o braço nos meus ombros e me puxa para mais perto.

- Tony, deixa eles. – Marie fala, tentando puxar o braço do irmão.

- É Tony, deixa eles. – Diz Miguel.

Começo a me senti desconfortável e tento procurar uma saída, vejo que o portão do colégio abriu e dou um pulo para ficar em pé.

- Eu... Tô entrando. – Digo correndo para dentro.

Assim que me acomodo no fundo da sala, olho ao redor e vejo que ele está sentado atrás de mim.

- Não vai escapar de mim. – Diz perto do meu ouvido, me fazendo ficar arrepiada, o que faz ele dar uma risada.

- Eu... – Me levanto rápido e fico em pé sem saber o que fazer ou para onde ir. – Eu vou no banheiro.

Saio da sala praticamente correndo e mesmo do corredor consigo ouvir a risada de Miguel.

Quando volto para a sala meus amigos já estão lá e quando me sento começam a olhar para mim e para Miguel com olhos arregalados.

- Oi Lu. – Dani diz me dando um abraço.

- Oi.

Quando olho para trás vejo que Miguel encara Daniel com cara de mal-humorado, aquilo me dá vontade de começar a rir, mas me contenho e fico calada, olhando para frente.

- E aí, falou com sua mãe? – Ana pergunta chamando minha atenção.

- Falei com minha mãe? – Pergunto de volta.

- Sim, sobre ajudar os novatos.

- Ah, meu Deus, não. Eu acabei esquecendo. Tive uns problemas com ela ontem e acabei esquecendo.

A Escolhida - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora