Capítulo 18

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Acordo com o som da porta sendo fechada, mas fico com preguiça de abrir os olhos e permaneço do jeito que estou. Mas então percebo que estou dormindo abraçada com alguém e abro meus olhos encontrando o rosto de Miguel a centímetros do meu. Ele dorme tranquilo e fico olhando para ele um pouco, vendo o quanto ele é bonito; chega a me deixar tonta.

Depois de um tempo lembro que foi a porta fechando que me acordou então passo o olho pelo quarto, mas não encontro ninguém, então deito a cabeça de volta no ombro de Miguel e fico escutando sua respiração. Alguns minutos depois a porta se abre novamente e quando levanto a cabeça vejo dona Debora entrando com uma bandeja de comida.

- Ah, bom dia, querida. – Ela diz quando me vê acordada. Coloca a bandeja numa mesinha e se senta na cadeira perto da cama.

- Bom dia? – Pergunto arregalando os olhos.

- É, bem, você devia estar bem cansada também, mas não se preocupe são cinco da manhã ainda.

- Nossa. – Digo e tento me levantar, mas Miguel ainda está com os braços ao meu redor. Quando me movimento seus braços, ao invés de me soltarem, se apertam mais. Isso porque ainda está dormindo.

- Acho que você não vai conseguir sair daí, Luna. – Dona Debora diz rindo. – Mesmo dormindo ele não vai te soltar, ele é assim desde pequeno.

- Como assim? – Pergunto sem entender.

- Quando ele era pequeno, às vezes vinha dormir comigo e me abraçava no sono, e não me soltava mais. E se eu tentasse sair me apertava mais ainda.

- Ah. – Digo e desisto de tentar me soltar.

- O jeito vai ser acordar ele. – Ela diz.

- Mas ele parece tão tranquilo. – Digo olhando para Miguel.

- Bem, você que sabe. – Ela diz rindo e se levanta. – Só vim trazer comida para vocês, agora vou indo. – Ela abre a porta, mas antes de fecha-la me olha com um sorriso. – Vocês ficam lindo juntos.

Mesmo depois da porta ser fechada fico a encarando e sinto a quentura em meu rosto. Sinto meu estômago roncar, e mesmo sem querer acordar Miguel, acho que serei obrigada a isso, ou meu estômago vai acabar criando vida própria e vindo me bater.

- Miguel? – Coloco a mão em seu rosto e vejo aos pouco um sorriso surgir em seus lábios. – Acorda.

- Hum. – Ele geme e me puxa para mais perto ainda, se é que isso é possível, e coloca o rosto nos meus cabelos inspirando fundo. – Acho que não foi sonho.

- Hum? – Pergunto.

- Você dormindo abraçada comigo. – Ele diz e me solta um pouco para poder me olhar.

- Ah. – Digo e novamente sinto meu rosto esquentando de vergonha. – Vem, vamos comer alguma coisa.

- Ah, tá. – Ele me solta e eu pulo da cama, mas quando ele vai se levantar olha para si e percebe a roupa de hospital, me olha e vejo seu rosto adquirir um tom avermelhado, mas depois um sorriso sapeca surge. – Bem, se minha mãe não tiver trazido uma roupa para mim você vai me ver andando só de cueca.

- Ah. – Digo e arregalo os olhos enquanto ele se levanta e vem até mim devagar. – É... bem... eu... eu vou ver se... se acho sua mãe.

Saio praticamente correndo em direção a porta, mas antes que consiga abri-la o suficiente para passar Miguel a fecha. Fico parada e escuto sua risada atrás de mim. Ele me vira de frente para ele e acabo me perdendo em seu sorriso.

- Não precisa ficar com vergonha, não vou ficar pelado, imagine que estou de sunga.

- Hum, tá. – Abaixo meu rosto para esconde-lo, mas ele o puxa e fica me olhando. Aos poucos, seu rosto vai ficando sério e ele passa a mão pelo meu rosto, sinto minha pele arrepiar com a proximidade dele e acabo hipnotizada por aqueles olhos castanhos.

A Escolhida - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora