Capítulo sem título 11

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UMA DECISÃO


Após um sono tranquilo, decisão tomada. Naquela manhã Antony já sabia que rumo iria dar para a sua vida, sua escolha estava feita. Ele levantou-se disposto naquela manhã, fez sua higiene pessoal e enquanto tomava seu desejum, dedilhava o celular conversando com Marisa através de troca de mensagens instantâneas:

Vamos almoçar juntos hoje? Te pego as 13H, pode ser? Não vale inventar desculpas e dizer que não pode, estou morrendo de saudades.


Como resistir a um convite desses!? Impossível, né!? Vamos nos encontrar aonde?


Apanho você na saída do colégio onde trabalha, pode ser? Ou tem vergonha de mim?


Vergonha de quê? De ter um amigo gato?


Só amigo?


Isso ainda não sei, depende mais de você.


Quero ser tudo na sua vida!


Uau, mas não precisa pedir em casamento ainda.


Kkkkk


Pode vir, estarei te esperando. Termino minha aula as 12h20.


Ótimo então, passo por aí entre 12H30 e 13h. Estamos combinados.


A propósito, também estou morrendo de vontade de te ver.


Antony sorriu por dentro pensando em como um simples pensamento em Marisa o acalmava, o fazia sentir-se leve e lívido, bem disposto a enfrentar o início do seu dia.

Amanhã passou-se depressa, um só pensava no outro, no momento de se abraçarem e sentir seus lábios e corpos colados um no outro. Antony e Marisa a todo tempo consultavam o relógio, ele o que trazia no pulso, ela, o grande e redondo relógio que ficava sobre o quadro nasala de aula. Se pudessem e fizesse alguma diferença, com certeza eles alterariam os ponteiros só para o tempo correr mais depressa.Assim adiantariam o passar das horas, dos minutos, pois encurtando o tempo, encurtariam também a distância que os separava naquele dia. Antony estava tão ansioso que liberou seus alunos dez minutos antes do normal. Muito aborrecido, atendera um último aluno que o prendera por mais quinze minutos após a liberação tirando dúvidas sobre sua monografia do qual Antony era orientador. Do outro lado, Marisa mal pode esconder o sorriso de satisfação quando soou a campainha determinando o fim do último horário de aula da manhã. Ela arrumou suas coisas na bolsa, foi até o banheiro dos professores pois sabia que ao sair no portão ele já a estaria esperando. Agora tão perto,ao alcance dos seus beijos, a uma distância que permitia deliciosos pensamentos e possibilidades.

De fato quando ela saíra, Antony já esperava por ela. O carro estacionado do outro lado da rua e ele encostado na lateral do mesmo,um buquê de flores numa das mãos e o seu sorriso branco e arrebatador esperavam por ela. Seus olhos verdes pousaram nela no exato momento em que Marisa transpôs o portão. Ele notou que ela também sorria. Marisa era uma verdadeira visão de um oásis no meio do deserto, arrebatadora e salvadora. Ela parecia caminhar até onde ele estava em câmera lenta, a brisa suave em seus cabelos, no vestido de tecido leve e estampado no qual ele tanto gostava de vê-la e admirá-la. Era simples e era desta forma que ele a achava linda.Marisa usava um penteado diferente do habitual, nada muito sofisticado, uma espécie de trança que lhe envolvia a cabeça, como que formando uma espécie de coroa. Na parte de trás, um arranjo que prendia o cabelo, deixando-os um pouco mais curtos que o habitual.Aos olhos dele ela parecia uma espécie de heroína romântica saída de uma das obras de Shakespeare. Antony acompanhou e seguiu atento cada passo que ela deu na direção dos seus braços, os olhos que não se perdiam, os sorrisos que não cessavam. Marisa parou diante dele, aquele mesmo sorriso tímido, as bochechas ainda mais ruborizadas ao receber as flores em suas mãos. Ela esboçou abaixar o olhar mas Antony não permitiu pegando delicadamente no seu queixo e trazendo os olhos dela ao encontro dos seus, ela mantinha o sorriso sem jeito nos lábios e parecia-lhe que os olhos também sorriam naquele momento. Ele acariciou seu rosto e os olhos dela se fecharam ao receber o toque, Antony inclinou-se ligeiramente para baixo buscando pelos lábios de Marisa e eles se encontraram. Primeiro um toque sutil, um beijo casto, um simples tocar como o orvalho toca as folhas durante a madrugada. As bocas se abriam lentamente e vieram beijos ainda delicados, brevemente espaçados, até que enfim, suas línguas se encontraram de vez. As mãos dele escorreram pela lateral do vestido e a esta altura já seguravam-lhe a cintura. Ela com uma das mãos segurava as flores, com a outra agarrava firme a nuca de Antony. Bem ali na porta de um colégio, eles trocaram beijos tal qual fazem todo o tempo, ano após ano, os adolescentes que por ali passam.

Três. Um jeito de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora