Sétimo mês.
Eu já sinto as dores constantes nas costas que minha mãe disse que eu sentiria, meus pés estão inchados, meu corpo pesado e os enjoos não passam nunca, não sei porquê chamam de enjoos matinais se dura o dia inteiro, eu achei que isso fosse passar, que apenas iria acontecer nos primeiros meses como aconteceu com minha mãe e Francia, porém minha gravidez é diferente, mas tirando isso eu estou feliz, minha garotinha está bem e eu também, a cada chute é um grito de felicidade meu. Me sinto tão ansiosa, nunca pensei que dois meses fossem demorar tanto, meu pai esta tão ansioso quanto eu, ele me liga todo mês para saber como a outra garotinha dele está e claro que a resposta é a mesma.
Francia está para arrancar os cabelos, ela me liga a cada tempo livre para dizer que vai ficar louca, que não dorme, que se sente cansada, que Théo está testando a paciência dela e que Alfredo a ajuda, porém é como pedir ajuda de uma criança para cuidar de outra criança, embora esteja se sentindo a mulher mais feliz, em cada frase sua eu reviro meus olhos sorrindo, pensando, será minha vez daqui dois meses.
" - Eu realmente vou enlouquecer, Selena!"
- Francia, você sabia que não seria fácil cuidar de um bebê, você não teve experiência nenhuma.
Eu falo com o telefone preso entre minha bochecha e ombro, enquanto preparo um lanche para mim e a loirinha sentada no balcão a minha frente, colorindo algum desenho que foi dado a ela na escola.
" - Não zomba, Marie, vai ser sua vez já, já."
- Mas eu tive experiência com a minha irmã, eu sei cuidar de um bebê, Raissa.
" - Porquê estamos nos chamando pelo segundo nome?"
- Não sei, foi você que começou. - Murmuro fazendo careta.
" - Ah, verdade, droga, eu estou com cheiro de leite, Selena, quando isso vai passar?"
- Quando você parar de amamentar, aliás, onde está meu afilhado?
" - Dormindo e eu finalmente estou agradecendo por isso."
- Vai dormir também, Francia, sua voz está te entregando.
" - Estou indo mandona, tchau."
- Tchau.
Desligo o telefone o deixando em cima do mármore, entrego o prato cor de rosa com um sanduíche de queijo quente a minha irmã, ela agradece e deixa de lado seus lápis de cor começando a comer. Minha mãe havia conseguido um emprego novo de meio período em uma empresa, ela saía de casa meio dia e volta as seis dá tarde, tudo isso porquê eu não posso mais trabalhar e Gracie já está grandinha, minha mãe já pode voltar a trabalhar mesmo. Todos os dias eu pego minha irmã na escola às cinco e fico com ela por uma hora até minha mãe chegar e duas horas depois, Brian. Não me importo de ficar em casa sozinha, as vezes é tedioso e irritante, mas eu prefiro estar no tédio do que em um hospital.
- O que é isso que está colorindo, Gracie? - Pergunto curiosa.
Eu tenho consciência do que é, apenas quero puxar papo, mesmo que seja com uma criança de cinco anos e suas tarefas escolares, ainda assim quero conversar, quero ouvir qualquer coisa, estou cansada de não fazer nada.
- Uma tartaruga, Sel, na minha classe vamos fazer uma apresentação de cada animal, eu fiquei com a tartaruga. - Ela diz empolgada, posteriormente morde seu sanduíche.
- Isso é bem legal.
- É sim, Jaxon ficou com o passarinho.
Sorrio com sua euforia, o fato de ter Jaxon em sua classe a anima, Gracie fez amizade com os Biebers tão rápido que eu julgo ser o mesmo tempo que eu levei para me apaixonar pelo Bieber mais velho, por Deus, qual foi o feitiço que jogaram sobre nossa família?
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We Don't Talk Anymore [Jelena]
FanfictionNós não conversamos mais como costumávamos, para onde foi tudo aquilo? Mesmo depois de todo esse tempo, ainda me pergunto como consegui deixar você para trás. Ainda quero saber que tipo de vestido você está usando, ou se ainda prefere calça jeans, c...