O. Que. Estão. Fazendo?

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Pov Selena

Apenas duas semanas se passaram desde que Justin partiu, para mim pareceram dois séculos, tudo que eu fazia era vazio e monótono, eu não parecia eu mesma, era como encarar uma Selena vazia, meio fora do ar. Assim que cheguei em casa naquele dia assustei todo mundo, Gracie me implorou para que eu dissesse porquê estava chorando tanto ao ponto de fazê-la chorar também, minha mãe tentou me acalmar em todo o momento, porém foi em vão, ela chorou comigo, o único que conseguiu se manter firme foi Brian, mas isso mudou quando eu implorei para que ele nunca fosse embora.

Resumindo todos esses dias, não estou trabalhando direto, não durmo direito, não como direito, não faço nada direito, em todo momento penso em Justin, se está bem, se matou mesmo aquele homem, se está vivo, se pensa em mim, o que está fazendo e com quem está. Mas eu não tenho respostas, ele não me atende e muito menos me liga, não sei como vou conseguir seguir minha vida dessa maneira, preciso focar senão Scooter me demite por ser uma funcionária horrível.

Hailey me encara sempre que passo perto dela, não suporto mais sua presença, não suporto estar no mesmo lugar que ela, passei a me sentir incomodada com sua presença, agradeço por ela não dirigir nenhuma palavra a mim nunca. Francia vem me tratando como sua filha antes do seu verdadeiro filho nascer, as vezes isso me irrita profundamente, o que me faz gritar com ela, mas me arrependo no mesmo momento pois ela simplesmente começa a chorar, a maioria das vezes Charlie ri da minha situação, até eu jogar algo nele, minha paciência não é mais tão grande.

É sexta feira, o dia que mais me deixa feliz, é tudo muito rápido, posso voltar para casa cedo e ficar tranquila no meu quarto voltando a ser uma adolescente, vendo filmes tristes e comendo, é maravilhoso e me distraí bastante, mesmo que minha mãe pense que isso não é bom e que estou me deixando quebrar é afundar na minha própria dor, mas eu não dou muito ouvidos a isso.

- Oi, morena pantene! - Antes mesmo de me virar eu sei que Charlie chegou.

Ele vem me chamando dessa forma a dias, simplesmente pelo meu cabelo estar grande e em sua perceptiva horrível, eu sou morena, meu cabelo é bonito e sou parecida com alguma mulher de comercial de shampoo. Sim, muito aleatório.

- Charlie, de qual manicômio você fugiu?

- Radley.

Solto uma gargalhada alta jogando a cabeça para trás, isso é muito raro de acontecer agora, eu era uma garota sorridente, porém agora eu não me permito sorrir ou até mesmo dar risada, Charlie é o único que ainda consegue me fazer rir com facilidade. Hoje nós dois abrimos o restaurante, na verdade eu abri porquê não consigo mais ficar muito tempo na cama, sempre estou aqui muito cedo, Scooter nos pediu ontem para abrir já que eu e o garoto ao meu lado sempre somos os primeiros a chegar, eu não reclamei, acho que até mesmo agradeci mentalmente por isso, seria mais alguma coisa para ocupar minha cabeça.

- Imagino que o lugar não tenha sido agradável. - Murmuro entrando em sua brincadeira boba.

Coloco as cadeiras que estão sobre as mesas no chão, Charlie me ajuda sem que eu ao menos peça, ele é um cara legal, me surpreende algumas vezes, eu percebi que ele gosta de ajudar as pessoas mesmo que tenha trabalho para fazer.

- Até que não, mas era cada gente lelé dá cabeça.- Solto uma risada nasal e reviro meus olhos.

- Cala a boca, Charlie.

Eu sinceramente não esperava criar uma amizade assim com ele, foi exatamente com Francia, rápido, verdadeiro e agradável, Charlie vem sendo o que eu posso chamar de a minha água no deserto, eu sei que Francia se esforça para me fazer me sentir bem novamente, mas eu não posso esperar muito dela, seu filho está chegando e daqui uns meses sua preocupação e tempo será inteiramente para o bebê.

We Don't Talk Anymore [Jelena]Onde histórias criam vida. Descubra agora