We Don't Talk Anymore [Jelena]

Você É Digna De Todo O Amor Do Mundo

- MÃE!!! MÃNHEEE!!! MANDY!!!

Eu grito incontáveis vezes minha mãe até que ela esteja dentro do meu quarto ofegante, com os olhos arregalados e desesperada, ela me olha com espectativa, esperando que eu diga algo, Mandy vem se mostrando muito preocupada comigo, parece que voltei a ter cinco anos e tudo que faço é motivo para ser vigiada, é irritante as vezes. Eu me encontro apenas de calcinha e sutiã em frente ao enorme espelho do meu guarda roupa, eu sinto as lágrimas rolando dos meus olhos, embora eu esteja sorrindo, sorrindo de um jeito que talvez nunca tenha sorrido antes.

- O que foi, Selena? Está tudo bem? Porque está chorando, querida? - Minha mãe pergunta se aproximando de mim.

Ela segura meu rosto, limpando o rastro que minhas lágrimas deixam, eu abraço seu corpo fortemente e deixo que um soluço escape pela minha boca, deixando Mandy confusa e desesperada.

- O que aconteceu, meu amor?

- Olha, olha para mim, o que você vê? - Murmuro me afastando e abrindo meus braços.

- Minha filha de calcinha e sutiã, chorando por algum motivo que eu desconheço, e com os braços abertos.

- Não mãe, olha direitinho.

- Selena, você está me deixando agoniada e desesperada, fala o que foi.

- Minha barriga, mãe, ela aparece agora, meu feijãozinho está crescendo!

Minha mãe deixa seus olhos caírem sobre a minha barriga e sorri quando percebe a pequena protuberância alí, ela se ajoelha e começa a chorar acariciando minha barriga e  murmurando palavras que eu não consigo entender com uma voz fina, eu me sinto tão feliz.

- Aí meu Deus!

- Eu estou indo bem, não é? - Pergunto a vendo se levantar.

Pego minha calça jeans e uma blusinha​branca com linhas em zig-zag no decote e as visto, é sábado mais uma vez e eu irei sair com Charlie. Apenas uma semana se passou mas só de perceber o pouquinho que minha barriga cresceu, já é o suficiente para comemorar, eu venho me esforçando muito para ter um resultado como esse e agora eu consegui, isso é ótimo.

- Sim querida, você está.

Sorrio mais uma vez sentindo seus braços me apertando, posteriormente minha mãe resmunga sobre não ter tanta paciência com duas garotas gritando em casa e sai do meu quarto, dou risada disso pois ela é a que mais grita. Calço minhas sapatilhas e solto meu cabelo, pego minha bolsa e desço as escadas lendo a mensagem de Charlie, ele está me esperando do outro lado da rua a cerca de cinco minutos, minha mãe está me deixando usar seu celular quando não estou em casa, assim ela se sente mais segura caso aconteça alguma coisa semelhante ao que aconteceu no parque, grito um tchau para todos e saio fechando a porta.

Eu e Charlie vamos tomar café juntos e nas palavras dele, dar uma volta por Nova York, Charlie sabe sobre a minha gravidez, na verdade ele foi o primeiro a saber, claro, depois dá minha família, até mesmo meu pai já sabe, como eu imaginava ele fez um escândalo no telefone, brigou comigo, xingou Justin de todos os nomes possíveis, chorou, e disse o quanto eu havia crescido em poucos meses, apenas pelo meu modo de falar, eu disse a ele que tentaria ir vê-lo antes do feijãozinho nascer e Ricardo prometeu estar comigo no dia.

Eu e Charlie paramos em um lanchonete qualquer e compramos café e donuts, eu não posso me ajudar, comprei três e posso usar a desculpa de estar comendo por dois e que preciso ganhar peso. Qual é, ninguém resiste a donuts. Enquanto comemos, nós caminhamos até a estação de metrô próxima ao restaurante, não me importo de andar, muito menos andar com Charlie ao meu lado, me sinto tão bem ao seu lado, não ando com amigos dessa forma desde os meus 14 anos.