Eu não estou entendendo nada

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                  A mão de Nishinoya puxava o braço de Asahi, o atacante observava o líbero que não o havia olhado hora nenhuma durante todo o caminho. Ao chegarem ao local, Nishinoya jogou a bola que carregava consigo para Asahi, que a segurou sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas decidiu arremessa-la de volta. Os dois passaram um tempo treinando sem dizer nada.

- Então... – Começou Asahi depois de um tempo.

- Me desculpe. – Interrompeu Nishinoya.

- Hã... – Asahi ficou surpreso.

- Eu queria ter falado com você antes, mas não sabia como. – Disse Nishinoya, rindo.

- Eu... também não.

- Eu entendo... me desculpe por aquilo.

- O quê!?

- ... – Nishinoya o olhou, confuso.

- "Me desculpe" pelo que?

- Eu já disse... por.... você sabe... – Nishinoya não olhava para Asahi.

- O que você está dizendo?

                 Asahi agarrou a camisa de Nishinoya, parecia furioso, devido aos centímetros de diferença entre os dois, acabou erguendo o pequeno um pouco. O líbero da Karasuno o olhava perplexo, parecia não entender nada, a única vez que havia visto Asahi daquele jeito havia sido na noite em que brigaram. Ele não sabia bem o que se passava na cabeça do maior, mas sabia que teria que se defender, dessa forma, acabou usando sus força para se soltar de Asahi.

- Asahi! Qual o seu problema!?

- O meu problema!? Você quer saber qual é o meu problema!? Por que não me diz qual é o seu, Noya!?

- Asahi, se acalme!

- Como você quer que eu me acalme!? Eu não estou entendendo nada! Eu não sei o que se passa nessa sua cabeça! Você simplesmente faz o que bem entende sem se importar com o que eu possa achar, depois você simplesmente me ignora e finge que nada aconteceu e agora você me pede desculpas!? O que você está pensando? Que pode fazer o que bem entender e que eu não vou me importar com nada disso? Que eu não vou dar a mínima!? – Asahi falava em um tom de voz alto.

- Não é bem assim... – Nishinoya parecia não saber o que falar.

- Então o que é? Então por que está pedindo desculpas? Se está se sentindo arrependido agora pelo o que fez, então por que fez? Já que pra você não passou de um erro, não é....

- Não foi um erro! – Gritou Nishinoya, interrompendo a fala de Asahi. – Mas você tem razão! Eu não pensei em você e no que você poderia achar daquilo, eu fiz aquilo pensando só em mim porque eu queria fazer e não me importei com como você se sentiria e até agora eu não fazia a mínima de como você se sentia e eu não sabia o que falar, por isso eu pedi desculpas.

- E você tem algo mais pra dizer? – Asahi respirava fundo.

- Eu... eu não sei...

- Que tal tentar me explicar por que fez aquilo?

- Asahi... eu... – Sua voz morreu.

                  Um momento infinito de silêncio se infiltrou entre os dois, Asahi ainda parecia enraivecido e olhava para Nishinoya, esperando uma resposta, ao passo em que Nishinoya nem mesmo olhava para Asahi. Quanto mais o tempo passava, mas o atacante se enfurecia, por que Nishinoya não dizia nada? Se sentia um completo idiota, parecia estar levando isso tão a sério e não passava de uma bobagem para o líbero.

                No auge de sua frustação, Asahi caminhou rapidamente até Nishinoya, o menor já sentia que Asahi puxaria sua camisa e jogaria várias verdades em sua cara, portanto, fechou seus olhos com força, mas o que sentia foi Asahi segurar seu rosto com força, suas mãos pareciam tremer um pouco, então ele se abaixou até que pudesse se aproximar do menor.

                Rapidamente, Asahi deu um beijo nervoso em Nishinoya, que sentiu uma onda de adrenalina passar por todo seu corpo pequeno, não era um beijo intenso, mas parecia um beijo de raiva. Nishinoya não hesitou, queria se entregar aquele beijo, queria mais, muito mais, mas Asahi se afastou tão rápido quanto havia se aproximado. Nishinoya o olhou variando entre a surpresa e a decepção por aquele momento não ter durado por mais tempo. Queria falar algo, mas não sabia o que deveria ser. Seu rosto estava completamente corado, enquanto o de Asahi parecia continuar enraivecido.

- Agora estamos quites! – Foi o que Asahi disse.

- Asahi... o que você quer dizer com isso? – Nishinoya parecia nervoso.

- Eu não sei, Nishinoya.

                     Logo depois de dizer aquilo, Asahi virou as costas e caminhou o mais rápido que podia, estava enfurecido, queria chorar de raiva, mas ali não podia. Por que havia dito aquelas palavras a Nishinoya? É claro que ele sabia porque havia feito aquilo, fez porque gostava de Nishinoya, não como simples amigos, gostava dele mais do que isso, gostava como de alguém que queria poder abraça-lo e beijá-lo mais vezes, gostava como de alguém apaixonado.

                   E essa era a verdade, estava completamente apaixonado pelo pequeno líbero da Karasuno e não sabia como lidar com aquilo. Todo esse tempo, não sabia como assumir aquilo para si mesmo. Já havia tido algumas experiências passadas, mas era a primeira vez que se apaixonava dessa forma por alguém.

                 Sentia tanta raiva de si mesmo por não saber como expressar aquilo para Nishinoya, mas também estava com raiva dele, raiva por ele não corresponder os seus sentimentos, sabia que ele não era obrigado a gostar de Asahi da mesma forma, afinal, ele devia mesmo era gostar de garotas, isso estava claro e só não queria ver, e isso tudo era o que mais o enraivecia e doía nele.

                  Em meio a toda sua aflição, decidiu tirar Nishinoya completamente de sua cabeça, esquecê-lo de vez, seria o melhor para os dois.

Hikari AreOnde histórias criam vida. Descubra agora