Eu estou apaixonado

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Agora Nishinoya estava no colo de Asahi e tentava fazer com que nada se passasse pela sua cabeça, nada que não fosse o atacante e aquele momento. Tentou desesperadamente unir os corpos dos dois mais ainda. Sentia falta do maior, sentia falta do seu calor, do seu toque, da sua voz, do seu jeito tímido, do seu olhar, de tudo.

Estava cansado de tudo aquilo, de ter que ficar tratando Asahi como um simples amigo, de ter que conter seus impulsos de tocá-lo sempre que havia alguém por perto, de ter que fazer daquilo um segredo que mais parecia um crime, como se fosse errado estar completamente apaixonado por alguém.

Queria voltar até algumas horas atrás e poder dizer que "não, eu não gosto da Myo-chan, eu gosto do Asahi e eu não ligo se vocês vão me odiar por causa disso" e ele realmente não ligava, mas sabia que a senhora Azumane ligava, e ligava muito.

Sabia também como aquilo fazia ainda mais mal para Asahi do que para ele, do quão sufocado ele se sentia, de como se preocupava com Nishinoya e de como se sentia culpado se qualquer tipo de coisa acontecesse ao líbero, apesar dele mesmo já ter deixado claro que não culparia Asahi e por nada e por aquele sentimento estava pronto para se arriscar.

Porque para aquele pequeno garoto de dezesseis anos, aquele sentimento valia a pena, Asahi valia a pena e aquele momento valia mais que tudo. Estava feliz de ter seus lábios se unindo ao do atacante, estava completamente feliz com aquele momento, então por que toda aquela frustração continuava passando por sua cabeça?

Por que estava se sentindo tão aflito com aquilo tudo, quando deveria simplesmente estar se entregando pra Asahi na cozinha do amigo sem ligar para mais nada? Nishinoya não sabia explicar e não sabia como afugentar aquele sentimento. Então, a única coisa que fez naquele momento, no momento em que estava no colo de Asahi e o mesmo acariciava suas costas durante um beijo repleto de ternura, foi chorar.

Tudo começou com uma expressão de agonia, que provavelmente Asahi não presenciou por estar de olhos fechados. Depois seus olhos lacrimejaram e ele tentou desesperadamente fazer com que as lágrimas voltassem, até que não conseguiu e elas começaram a rolar por seu rosto.

Asahi se afastou rapidamente quando sentiu as lágrimas tocarem seu próprio rosto e mirou o líbero que nesse momento tentava desesperamente esconder o rosto do atacante, enquanto secava sem sucesso as lágrimas que não paravam de rolar.

O atacante imediatamente se desesperou, puxando as mãos do líbero para que ele as afastasse de seu rosto e ele pudesse olha-lo olhos nos olhos. Nishinoya continuou lutando para esconder seu rosto, sem dizer uma palavra. Quando percebeu que não conseguiria soltar seus braços do aperto de Asahi, simplesmente enterrou o rosto do ombro do maior, fazendo com que o atacante soltasse seus braços e voltasse a acariciar suas pequenas costas, enquanto Nishinoya apertava seu pescoço e começava a chorar de forma ainda mais desesperadora.

Asahi sentiu-se sem chão, sentia-se a pior pessoa do mundo. A única coisa que se passava pela sua cabeça era que Nishinoya estava se sentindo mal quando veio falar com ele e o atacante simplesmente perguntou se podia beijar o líbero, quando na verdade ele ainda continuava se sentindo pra baixo. Que espécie de companheiro Asahi era?

- Yuu... eu sinto muito, me desculpe. – Sussurrou para o líbero.

- Por que está pedindo desculpas? – A voz de Nishinoya saiu abafada, mas claramente havia raiva nela. – Pelo o que você sente muito? Me diga que é porque assim como eu, você não pode ir até lá e falar pra todos que estamos juntos, ou é porque não podemos nos beijar em público ou mesmo segurarmos nossas mãos, ou porque sua mãe me odeia tanto, ou porque eu realmente não faço ideia de quando isso vai mudar e se realmente vai algum dia, ou porque parece um crime estarmos juntos, quando simplesmente eu só estou perdidamente apaixonado por você! – Nishinoya soltou tudo de uma vez só, fazendo com que todo o corpo de Asahi paralisasse enquanto recebia cada uma daquelas palavras. O líbero levantou o rosto para mirar o maior, com seu pequeno rosto vermelho e banhado em lágrimas. – Então, por favor, me diga que sente muito pelos mesmos motivos que eu, Asahi.

Hikari AreOnde histórias criam vida. Descubra agora