Qual o problema daquele covarde?

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           Nishinoya continuava tentando fazer Hinata aprender a fazer boas recepções, ele adorava o jeito como calouro o admirava, mas adorava mais ainda a sua determinação, mesmo sendo baixinho, continuava treinando constantemente para conseguir o que queria. Isso o fez pensar em Asahi e em como ele tinha toda aquela altura que Hinata gostaria tanto de ter e mesmo assim estava fugindo, aquilo o irritava tanto.

- Mais uma vez! – Gritou Nishinoya.

- Sim, Noya! – Gritou Hinata de volta

          O treinamento acabou e eles estavam arrumando tudo antes de ir embora. Sugawara reparou em Nishinoya encarando o esfregão que haviam quebrado no dia em que Nishinoya e Asahi haviam brigado.

- Nishinoya...

- Suga... – Nishinoya pareceu espantado.

- Você acha que se falar com ele... ah, talvez ele volte... por você...

- Eu não vou falar com aquele covarde! Ele nem sequer tem coragem de me encarar! Vou te dizer, o que ele tem de grande tem de medroso!

- Ah... calma.

           Nishinoya ficou em silêncio e voltou a encarar o esfregão quebrado. Mais do ninguém, ele desejava muito que Asahi voltasse ao time de voleibol da Karasuno. Talvez Sugawara tivesse razão e ele devesse ir falar com o trunfo da Karasuno. Jogar sem ele nunca seria o mesmo.

           Sem dizer uma palavra a Sugawara, Nishinoya se retirou, mas ele não foi diretamente para casa. O líbero da Karasuno ficou sentado no pequeno parquinho onde antes costumava treinar com Asahi depois que saiam da escola. Parecia que tinha acontecido há tanto tempo atrás. Ele amava aquilo, amava estar com Asahi. Era tão frustrante.

- AAAAA... SEU GRANDE IDIOTA! – Gritou Nishinoya.

- Nishi... noya...

            Aquela voz falando tão baixo, de quem seria? Nishinoya suspeitava, aliás, quem mais poderia estar ali, mas não, não podia ser ele. O líbero se virou e lá estava ele, sim, era ele mesmo. Nishinoya deixou escapar um "Asahi" baixinho, seu coração palpitou ao vê-lo, mas logo lembrou que estava irritado com o atacante da Karasuno e se recompôs.

- Você... estava falando de mim... não é? O grande idiota... sou eu...

Asahi estava envergonhado. Nishinoya continuou sem falar nada, olhando fixamente para ele.

- Nishinoya... eu... talvez nos devêssemos conversar...

- Eu não tenho nada pra falar com você! – Atacou Nishinoya. – Só fale comigo quando voltar para o seu lugar, que é o clube de vôlei da Karasuno.

           "E ao meu lado também", pensou Nishinoya, mas ele nunca falaria aquilo, principalmente naquele momento. Continuou encarando Asahi por um curto tempo em que os dois permaneceram calados. O atacante parecia extremamente triste, ele se sentia igual. "Abrace ele", "Abrace ele"... Nishinoya não conseguia pensar em outra coisa, não sabia direito o porquê, mas queria poder tocar nele de novo. Mas seu orgulho falou mais alto.

- Adeus. – Disse Nishinoya, virando-se.

            Um breve momento antes de dar as costas para Asahi, teve a impressão que o atacante tinha lágrimas nos olhos e estava prestes a chorar. Teria sido só impressão sua? Ele o conhecia bem, e sabia que não era. 

Hikari AreOnde histórias criam vida. Descubra agora