Não se distraia com coisas desnecessárias

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                      Asahi acordou com a lembrança da sensação boa dos toques de Nishinoya em seu corpo. Gostava tanto do líbero da Karasuno. Ficou pensando até onde teriam chegado se não tivessem sido interrompidos, esse pensamento o deixou excitado, então tentou afastá-lo.

                       Tomou seu café-da-manhã pensando em como explicaria sobre sua mãe para Nishinoya. Ela não havia falado com ele desde a noite passada, também não havia falado nada sobre Nishinoya, isso era pior do que se estivesse fazendo várias perguntas.

- Bom dia. – Ela estava séria, aquilo assustou Asahi.

- Bom dia, mãe.

- Espero que esteja se esforçando na escola.

- Ah... minhas notas não estão ruins.

- Não se distraia com coisas desnecessárias.

- Que tipo de coisas desnecessárias. – Asahi estava sério também.

- Como aquele garoto, por exemplo.

- Ele é meu amigo e o líbero do clube de vôlei.

- E seu colega, né?

- É.

- Sabe o que você devia fazer?

- Não, eu não sei, mãe.

- Arrumar uma namorada. Já está na idade pra isso.

- Mãe...

- Você é muito bonito, isso não deve ser problema pra você.

- Obrigado...

- Por que está com essa cara séria.

- Porque eu não quero arrumar uma namorada, talvez.

- Asahi. – A mãe se aproximou, olhando bem em seus olhos. – Só não me decepcione, entendido?

- Entendido.

                      Asahi se levantou e em pouco tempo já estava saindo. Sabia exatamente o que ela queria dizer com decepção, sabia que ela nunca aceitaria que ele se relacionasse com um garoto, sabia que ela desconfiava de Nishinoya e por isso estava com tanta raiva agora. Aquilo o fazia pensar em muitas coisas, entre elas, como aquilo poderia acabar trazendo algo de ruim para Nishinoya. Por isso precisava falar com ele.

                       Nesse momento lhe ocorreu o pensamento que não sabia como reagiria ao ver ele, não sabia se estaria tudo bem ou se mais uma vez agiriam como se nada tivesse acontecido. Assim, a sensação boa com a qual tinha acordado foi instantaneamente arrancada dele. Sentia-se triste já a partir daquele momento.

                        Não procurou Nishinoya ao chegar à escola, aquilo poderia parecer estranho para alguém e não poderiam saber sobre o que havia acontecido entre os dois, se isso por acaso acabasse chegando até sua mãe fazendo com que suas suspeitas virassem realidade, Nishinoya também acabaria pagando as consequências por aquilo e essa era a última coisa que poderia acontecer para Asahi.

                          Pensou no líbero durante toda a aula, Sugawara percebeu a distração do atacante, mas não iria perguntar nada sobre já que sabia que os dois haviam se encontrado na noite passada. Esperaria até o treino para ver como os dois se comportariam, não queria ser invasivo.

                           Quando finalmente chegou a hora do treino, Asahi já estava mais nervoso que o normal. Decidiu que simplesmente esperaria que Nishinoya falasse com ele, não iria se precipitar dessa vez. Estava treinando alguns saques enquanto pensava em tudo isso. Até que sentiu uma mão em suas costas.

Hikari AreOnde histórias criam vida. Descubra agora