CAPÍTULO 2

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     Dirigia a minha Harley em alta velocidade sentindo o vento forte fazer os meus cabelos chicotearem nas minhas costas nuas. Eu nem sabia por que estava dirigindo tão rápido, só tinha recebido uma ligação do Tom pedindo pra eu ir na casa dele o mais rápido que podia.

Estacionei o meu bebê violeta em frente ao sobrado dos meus tios e andei rapidamente até a porta da frente. Como era tudo família a gente tinha a liberdade de sair entrando na casa um do outro, mas eu não precisei nem abrir a porta pra escutar a discussão que provavelmente se passava na sala.

-Ô de casa. -Falei entrando.

O clima estava tenso. Meus tios pareciam alterados assim como Tom. Tamy estava de braços cruzados encostada na parede sem dar importância ao que quer que estivesse acontecendo.

-Ele chamou a Mel. Por que ninguém está surpresa? -Falou debochada.

Ignorei. Eu convivia com a Tamy tempo o suficiente pra saber que apesar de ser um doce de pessoa, as vezes ela podia ser bem venenosa.

-O que é que tá acontecendo aqui?

Tom se aproximou de mim e me puxou pela mão. Meu coração ganhou um ritmo de metralhadora.

-Ainda bem que você chegou BabyDoll. Só você pra enfiar na cabeça deles que sair da faculdade não é o fim do mundo.

Enruguei a testa confusa. Acho que teria que escutar mais umas duas vezes até entender direito o que ele tinha dito.

-Ãnh?

-Seu querido amigo está a um fio de ser expulso da faculdade de propósito. -Tio Patrick falou ácido olhando rigorosamente para o filho.

Nesse momento Tom me olhou suplicante esperando que eu o defendesse como eu sempre fazia. Mas para aquilo eu não consegui argumentos e odiei a cara de decepção dele pra mim. Eu queria liberar a advogada dentro de mim e esbravejar que ele tinha a razão mas aí eu iria prejudicar o futuro do meu futuro marido. Mesmo que ele não soubesse daquilo ainda.

-Desculpa Tom... Mas isso não está certo. -Falei com os ombros encolhidos

-Ah você também Mel? -Ele perguntou incrédulo. -Mas que merda! Vocês tem que parar de tomar conta da porra da minha vida!

E depois dessa explosão light ele chutou uma cadeira que estava por perto e subiu as escadas marchando. Eu digo light porque já tinha visto ele explodir de verdade, e vou te contar, não era uma coisa legal de se ver.

Olhei para os meus tios que suspiraram alto.

-Pode ir Mel. Ele só escuta você mesmo.

Assenti para a minha tia e subi as escadas apressada. Logo entrei no quarto dele e o encontrei de bruços na cama com os olhos fechados. Tirei as sandálias e engatinhei pela cama enquanto ia entrando pela sua camisa, coisa que eu fazia desde criança. Pra ele devia ser um gesto inocente de irmãos, mas pra mim aquilo era o mais próximo que eu podia ficar dele. Sentir a pele quente das costas largas dele contra a minha faziam eu me sentir no paraíso. Era como se dentro da camisa dele fosse a minha casa.

-Tá zangado comigo? -Perguntei passando a cabeça pelo buraco da camisa. Meus lábios tocando a nuca dele.

Tom suspirou e deitou a cabeça de lado pra me olhar.

-Não. Eu só... Eu chamo você aqui pra ficar do meu lado e você faz justamente o contrário disso?

Ele estava decepcionado. Aquilo fez eu afundar o rosto no seu pescoço fechado os olhos com força.

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