Nesse livro vemos a história da pequena (ou nem tão pequena assim) Milene. No auge dos seus vinte anos ela se vê infeliz sentindo um amor platônico pelo seu quase irmão e amigo de infância, Thomas.
Thomas tem hábitos peculiares que vão contra alguns...
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Meu Deus, o que tá acontecendo aqui?
Era o que eu perguntava a mim mesma enquanto encarava atônita a cena a minha frente. Parece que sempre que as pessoas fazem merda elas me chamam pra limpar as cagadas delas. Minha irmã faz isso, Tom faz isso, muitas vezes até os meus pais fazem e agora chegou a vez da Tamy. Ela me mandou uma mensagem de texto pedindo pra eu ir o mais rápido possível para a casa dela e eu não pude conter a minha surpresa. Sempre fomos muito unidos, ela, Tom e eu. Mas em um determinado momento da vida ela simplesmente parou de andar com a gente e se distanciou cada vez mais até chegarmos naquele ponto onde estávamos.
E agora ali estava eu, na sala da casa dos meus tios vendo o que parecia uma guerra nuclear. Tia Carol estava sentada em uma poltrona chorando com as mãos no rosto enquanto tio Patrick e Tom pareciam dois predadores em cima de Tamy, que estava encolhida em um canto.
-Mel! -Ela chamou assim que me viu. Percebi seus olhos vermelhos, sinal que havia chorado.
Todos viraram pra me olhar e eu não contive o aperto no peito ao ver Tom no seu estado de fúria. As lembranças daquela noite vieram na minha cabeça e eu pisquei pra conter as lágrimas. Estava ali pela Tamy, não por ele. Precisava de foco.
-Recebi a sua mensagem. - Falei encolhendo os ombros.
-Eu não te chamei aqui. -Tom falou com a voz carregada de raiva que eu sabia que não estava direcionada a mim.
Fechei a cara.
-Eu não falei com você.
Todos me encararam como se eu fosse um bicho de sete cabeças. Talvez porque pela primeira vez eu tratei Tom com ignorância. Até o meu subconsciente me encarava sem acreditar e eu fiquei feliz por conseguir manter a voz firme pra falar.
-Eu chamei. -Tamy se manifestou.
Tom olhou de mim para a irmã e riu sem humor.
-Você só pode estar de sacanagem né Tamy.
-Você sempre tem direito a uma advogada e eu não posso ter também? -Ela retrucou.
-Alguém por favor me explica o que está acontecendo aqui? -Pedi elevando a voz.
Tio Patrick sorriu sem humor nenhum e encarou a filha ameaçador.
-Vamos. Conta pra ela a grande notícia.
Notícia? O deboche e sarcasmo na sua voz entregavam que algo bom não estava por vir. Tamy respirou fundo.
- Eu tô grávida.
Meus olhos se arregalaram e a minha boca foi no chão. Tamy grávida? Ok... aquilo não era tão grave assim.
- Tá, isso é sério mas não é motivo pra vocês ficarem assim. - Olhei para a minha tia na poltrona. -Tia, você está bem?