CAPÍTULO 9

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Uma semana depois...

-COMO ASSIM VOCÊ NÃO PODE VIR!?... NÃO, CLARO QUE NÃO!... TUDO BEM, MAS GUARDE O QUE EU ESTOU TE DIZENDO, VOCÊ NUNCA MAIS VAI ARRUMAR EMPREGO NESSA CIDADE! EU VOU TE DESTRUIR, OUVIU?!

Eu dava uns toques finais em algumas peças nos manequins e mantinha meus ouvidos atentos a conversa da minha tia. Ela estava furiosa e eu tinha pena de quem quer que estivesse do outro lado da linha.

-Problemas? -Perguntei focada no trabalho.

-O filho da puta do modelo furou! E agora? Temos um número ímpar de modelos e não vai dar certo. EU PRECISO DE UM HOMEM ALTO, BONITO E GOSTOSO PARA ONTEM! -Berrou bem alto.

-Eu também! –Algumas garotas que passavam por ali falaram divertidas.

-Dou o salário dobrado para quem conseguir!

Quando ela falou essa última parte praticamente todos correram de um lado para o outro como formigas tontas. Até eu fiquei meio desesperada. Não era porque a chefe era a minha tia que eu recebia tratamento especial lá dentro. Foi quando eu tive uma ideia brilhante.

-Tia! Digo, Laura! -Gritei correndo até ela ofegante. -Eu sei de alguém perfeito!

-Então o que está esperando? Chame o senhor perfeito aqui! Fala que eu pago qualquer coisa.

Anui e procurei o nome na minha lista de contatos. Tocou suas vezes antes dele atender.

-Alô.

-Que tal conseguir uma boa grana praticamente de graça? -Fui direto ao ponto.

-Mel?

-Não, aqui é a Angelina Jolie. -Rolei os olhos impaciente. -Claro que sou eu! E aí? Aceita?

-Aceita o que?

-Dinheiro rápido e fácil. Só pra ficar parado. E então?

Ele ficou em silêncio por alguns segundos.

-Qual a pegadinha?

-ACEITA OU NÃO?! -Gritei.

-Ok, aceito. - Ele falou com ares de riso. -Mas você vai ter que vir me buscar em casa. Meu carro deu pau.

-Me passa o endereço por mensagem que já, já eu chego aí.

Desliguei antes de ele ter tempo de responder e avisei a minha tia que ia sair. Com o meu bebê violeta eu cheguei lá em menos de meia hora, e com certeza seria multada por estar acima velocidade. Ainda mais estando sem capacete. Na pressa eu acabei deixando pra trás.

Buzinei em frente à casa e um Diogo com os cabelos molhados saiu lá de dentro. Ele veio até mim sorrindo e por alguma razão desconhecida eu também sorri. E assim ficamos sorrindo um para o outro como dois retardados mentais.

-Então... Eu vou ter que ir na garupa? - Ele perguntou bem humorado.

-Claro que sim! Ninguém dirige o meu bebê a não ser eu.

Ele bufou divertido mas cedeu por fim. Quando vi que ele estava acomodado atrás de mim eu liguei a Harley e o motor roncou alto.

-Segura firme! -Avisei antes de sair arrancando.

Senti uma mão grande apertar a minha cintura e reprimi a vontade de rir. Logo chegamos ao ateliê e eu saí o arrastando pela entrada. As meninas olhavam para ele e davam risadinhas, o que só me fazia ter mais certeza que ele era perfeito.

-Tia! Digo, Laura! -Gritei assim que entramos na sala grande.

Minha tia conversava com duas modelos quando se virou e arregalou os olhos. Sim, salário extra aí vou eu!

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