Uma semana depois...
-COMO ASSIM VOCÊ NÃO PODE VIR!?... NÃO, CLARO QUE NÃO!... TUDO BEM, MAS GUARDE O QUE EU ESTOU TE DIZENDO, VOCÊ NUNCA MAIS VAI ARRUMAR EMPREGO NESSA CIDADE! EU VOU TE DESTRUIR, OUVIU?!
Eu dava uns toques finais em algumas peças nos manequins e mantinha meus ouvidos atentos a conversa da minha tia. Ela estava furiosa e eu tinha pena de quem quer que estivesse do outro lado da linha.
-Problemas? -Perguntei focada no trabalho.
-O filho da puta do modelo furou! E agora? Temos um número ímpar de modelos e não vai dar certo. EU PRECISO DE UM HOMEM ALTO, BONITO E GOSTOSO PARA ONTEM! -Berrou bem alto.
-Eu também! –Algumas garotas que passavam por ali falaram divertidas.
-Dou o salário dobrado para quem conseguir!
Quando ela falou essa última parte praticamente todos correram de um lado para o outro como formigas tontas. Até eu fiquei meio desesperada. Não era porque a chefe era a minha tia que eu recebia tratamento especial lá dentro. Foi quando eu tive uma ideia brilhante.
-Tia! Digo, Laura! -Gritei correndo até ela ofegante. -Eu sei de alguém perfeito!
-Então o que está esperando? Chame o senhor perfeito aqui! Fala que eu pago qualquer coisa.
Anui e procurei o nome na minha lista de contatos. Tocou suas vezes antes dele atender.
-Alô.
-Que tal conseguir uma boa grana praticamente de graça? -Fui direto ao ponto.
-Mel?
-Não, aqui é a Angelina Jolie. -Rolei os olhos impaciente. -Claro que sou eu! E aí? Aceita?
-Aceita o que?
-Dinheiro rápido e fácil. Só pra ficar parado. E então?
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
-Qual a pegadinha?
-ACEITA OU NÃO?! -Gritei.
-Ok, aceito. - Ele falou com ares de riso. -Mas você vai ter que vir me buscar em casa. Meu carro deu pau.
-Me passa o endereço por mensagem que já, já eu chego aí.
Desliguei antes de ele ter tempo de responder e avisei a minha tia que ia sair. Com o meu bebê violeta eu cheguei lá em menos de meia hora, e com certeza seria multada por estar acima velocidade. Ainda mais estando sem capacete. Na pressa eu acabei deixando pra trás.
Buzinei em frente à casa e um Diogo com os cabelos molhados saiu lá de dentro. Ele veio até mim sorrindo e por alguma razão desconhecida eu também sorri. E assim ficamos sorrindo um para o outro como dois retardados mentais.
-Então... Eu vou ter que ir na garupa? - Ele perguntou bem humorado.
-Claro que sim! Ninguém dirige o meu bebê a não ser eu.
Ele bufou divertido mas cedeu por fim. Quando vi que ele estava acomodado atrás de mim eu liguei a Harley e o motor roncou alto.
-Segura firme! -Avisei antes de sair arrancando.
Senti uma mão grande apertar a minha cintura e reprimi a vontade de rir. Logo chegamos ao ateliê e eu saí o arrastando pela entrada. As meninas olhavam para ele e davam risadinhas, o que só me fazia ter mais certeza que ele era perfeito.
-Tia! Digo, Laura! -Gritei assim que entramos na sala grande.
Minha tia conversava com duas modelos quando se virou e arregalou os olhos. Sim, salário extra aí vou eu!
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INSUFICIENTE
RomanceNesse livro vemos a história da pequena (ou nem tão pequena assim) Milene. No auge dos seus vinte anos ela se vê infeliz sentindo um amor platônico pelo seu quase irmão e amigo de infância, Thomas. Thomas tem hábitos peculiares que vão contra alguns...