CAPÍTULO 15

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     Fiquei encarando os dois com os olhos semicerrados. Quem era aquelazinha?

Com certeza uma ex peguete pela forma como o braço dele descansava despreocupadamente nos ombros da garota.

Eu me sentia como um vulcão prestes a explodir. Como ele podia estar ali, em um almoço familiar abraçando aquele anão de jardim tão casualmente quando na noite passada tinha rolado pelo chão da minha sala com o melhor amigo por minha causa?

Mordi minha língua pra frear uma pergunta indiscreta, quando minha irmã perguntou por mim:

-Quem é essa?

-Ah, essa é a Kori. Kori, esses são o meu pai Patrick, minha mãe Carol, tia Mirian, tio Leo, Laura, Sindy e o marido Carter e Mel. –Falou apontando para cada um de nós conforme fazia as apresentações.

Todos disseram um uníssono "prazer" enquanto eu me limitei a acenar com dois dedos sem olhar para nenhum dos dois.

-É um prazer. –Deus, que voz era aquela? Pensei que meus ouvidos fosse sangrar. –Tom fala muito de todos vocês.

Virei a cabeça na direção deles e quem me dera ter a visão de calor do superman, porque não restariam nem o pó dos ossos daqueles dois. Como assim "fala"? No presente e não no passado? Então os dois ainda estavam juntos? Ele transava com ela enquanto a babaca aqui fazia doce?

Ai que ódiooooo. Porque ninguém respondia ás minhas perguntas imaginárias?

E onde estava a porra da visão de calor pra eu desintegrar aqueles dois?

-Senta aqui querida. –Tia Carol chamou o anão de jardim para a mesa.

Ah não tia, não coloca o meu amor por você á prova.

A vaquinha em miniatura sentou entre minha irmã e minha tia, e eu fechei a cara cruzando os braços.

-Pensei que esse fosse um almoço em família. –Comentei ácida olhando diretamente para ela.

O silêncio reinou. Eu sabia que tinha sido grossa mas foda-se. Eu não era obrigada a ficar aturando gente que eu não conhecia na casa dos meus pais.

-Acho que não tem problema, além do que, a família toda não tá aqui mesmo. –Tom deu de ombros casualmente se referindo à Tamy, que sempre participava daqueles almoços.

Ergui uma sobrancelha na sua direção.

-Ah, e você trouxe ela pra substituir a sua irmã? –Perguntei com escárnio.

-Mel! –Minha mãe censurou.

Desde a partida de Tamy a gente evitava falar sobre ela na frente dos meus tios pra não deixá-los mais tristes do que andavam ultimamente, mas eu não consegui me segurar.

-Vou entrar. –Falei me levantando abruptamente da cadeira olhando fixamente para a coisinha intrusa. –Fiquei enjoada de repente.

E dito isso entrei em casa pisando duro. Fui até a cozinha e bebi um copo de água tentando acalmar os nervos. Nem sei o que ele tinha visto naquela coisinha.

Merda, a quem eu estou querendo enganar? A garota era linda. Com os cabelos castanhos e levemente ondulados em um corte Chanel, grandes olhos castanhos moldados por cílios cumpridos de dar inveja, lábios em formato de coração e seu corpo apesar de pequeno era voluptuoso. Bem mais que o meu.

Qual é, isso é competição desleal. Pensei bebericando minha água quando minha irmã entrou na cozinha com os olhos arregalados e um sorriso descrente nos lábios.

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