Acordei com o vibrar do meu celular e resmunguei sonolenta. Não queria ir trabalhar mas precisava ocupar a cabeça. Não queria pensar no ocorrido da noite passada por isso levantei e me arrastei para o banheiro. Depois de um banho consegui me sentir um pouco mais gente e fui para a cozinha preparar um café. Foi no caminho até lá que eu notei uma coisa estranha na sala.
Tom estava deitado no meu sofá dormindo. Ele tinha passado a noite ali, com certeza. Suspirei e me aproximei tomando cuidado para não acorda-lo. Sua mão pousada sobre o corpo estava avermelhada e com vários cortes. Ignorando-o eu fui para a cozinha e comi bolachas com café. Felizmente estava recuperando o peso que havia perdido e já via as poucas gordurinhas do meu corpo voltarem. Quando terminei de comer fui até o meu "hóspede" e bati de leve no seu rosto.
-Humm... Mel. -Murmurou ainda dormindo.Imprensei os lábios sentindo o coração apertar. Ele chamou meu nome em sono. O que aquilo significava?
Nada. Não significa nada. Para de se iludir sua idiota! Alertou meu subconsciente irritado pela minha ingenuidade. Respirei fundo e cutuquei sua testa.
-Tom? -Chamei. -Thomas!
Ele pulou de susto e eu me afastei rapidamente. Tom havia conseguido quebrar a confiança que eu tinha nele, uma confiança que eu pensei ser inquebrável.
Ele me encarou apertando os olhos para então esfrega-los e sentar no meu sofá. Fez uma careta de dor ao fechar a mão machucada em punho. Fui até o banheiro e voltei com um kit de primeiros socorros. Não trocamos uma palavra enquanto eu estava ajoelhada entre as suas pernas limpando e enfaixando a sua mão.
-Por que você ficou? -Quebrei o silêncio enquanto me levantava. -Eu falei que não te queria perto de mim.
Ele me olhou parecendo atormentado. Apoiou os cotovelos nos joelhos e respirou fundo.
-Não queria te deixar sozinha depois de ontem. Eu fui um merda com você.
- Tudo bem. - Falei.
O que ele não sabia é que eu já o havia perdoado. O perdoei no momento em que vi sua expressão arrependida na noite passada quando percebeu o que havia feito. Eu queria me fazer de difícil, queria ser mais resistente mas quando o assunto era ele... simplesmente não dava.
- Não! - Ele levantou de supetão e me segurou pelos ombros. -Não está tudo bem! -Me olhou angustiado. -Não precisa fingir Mel. Não pra mim.
Me livrei dos seus braços e abracei a mim mesma enquanto o olhava.
- Você não vê Tom? Eu já te perdoei. - Falei sentindo os olhos marejarem. -Então por favor não faz isso. Não me faça ceder.
-Mel... -Começou mas eu o interrompi.
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INSUFICIENTE
عاطفيةNesse livro vemos a história da pequena (ou nem tão pequena assim) Milene. No auge dos seus vinte anos ela se vê infeliz sentindo um amor platônico pelo seu quase irmão e amigo de infância, Thomas. Thomas tem hábitos peculiares que vão contra alguns...