(DG)Senti cócegas no meu pé e acordei sobressaltada, caindo com tudo do sofá.
-Cacete! -Murmurei com os olhos fechados.
Um miado manhoso me fez abrir um dos olhos e eu vi Patty passando a cauda peluda nos meus pés.
-Bom dia. Com fome? - Ela miou em resposta e eu sorri.
Coloquei comida para ela e fui tomar um banho. O dia estava quente e ensolarado então eu estava proibida de ficar em casa. Vesti um collant da cor da minha pele e joguei uma blusa leve por cima. Vesti um short e peguei os vários metros de tecido no meu guarda roupa. Não estava com ânimo para ir à praia então o parque parecia uma boa pedida.
Depois de um café reforçado (precisava repor os quilos perdidos) eu calcei minhas rasteirinhas e me despedi de Patty. Saí toda sorridente e pedi desculpas ao casal do 560 pela minha grosseria quando os encontrei no elevador.
É isso aí. Nova Mel, novas atitudes.
O parque não era tão longe assim do meu prédio, apenas algumas quadras e pronto. Assim que cheguei lá não contive o sorriso ao olhar para a árvore imensa de onde a minha irmã tinha caído. Ainda era difícil acreditar que aquela maluca se embrenhou ali só pra pegar um freezbe.
Olhei ao redor e encontrei uma árvore perto do lago. Claro que diferente da minha irmã descabeçada eu testei o galho mais alto no qual eu amarrei o tecido. Algumas pessoas me olhavam curiosas, com certeza achando que eu ia me enforcar em praça pública. Com o tempo eu acabei me acostumando com aquilo. Um ano praticando acrobacias em tecidos me revelaram que os olhares nunca iriam parar.
Enrolei uma perna em uma tira de tecido e minhas mãos agarraram o outro. Aquilo era o que me relaxava nas horas livres. Nem sempre eu podia contar com o desenho porque tentar desenhar sem estar inspirada só fazia me deixar mais estressada. E como nenhuma academia de ginástica artística me aceitava na cidade eu tive que procurar algo mais livre. Foi em uma das minhas horas de bobeira na internet que eu conheci a arte do tecido acrobático. E de certa forma me ajudou muito a superar certos acontecimentos ao longo da minha vida.
Estava de cabeça para baixo com as duas pernas abertas quando vi uma silhueta conhecida entre algumas pessoas que seguravam seus celulares no ar apontados para mim.
-Se divertindo loira? - Ele sorriu de lado.
-DG? -Entortei a cabeça para ver melhor.
Lá estava ele usando uma regata, bermuda e tênis esportivo. Devia estar correndo por ali.
-Sim, e você é a mulher aranha?
Ri e me desembolei dos panos até meus pés chegarem ao chão. Ele me encarava com uma sobrancelha arqueada enquanto eu prendia meus cabelos em um coque frouxo.
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INSUFICIENTE
RomanceNesse livro vemos a história da pequena (ou nem tão pequena assim) Milene. No auge dos seus vinte anos ela se vê infeliz sentindo um amor platônico pelo seu quase irmão e amigo de infância, Thomas. Thomas tem hábitos peculiares que vão contra alguns...