CAPÍTULO 12

8.4K 607 76
                                    

     Depois que Tom foi embora eu me senti estranha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

     Depois que Tom foi embora eu me senti estranha. Sei lá, eu já tinha dado muito sermão pra ele (sério mesmo), mas sei lá. Nunca me senti tão bem. Acho que foi porque dessa vez eu pensava no bem maior, e não só nele como eu costumava fazer. E mesmo eu tendo sido dura, acho que ele merecia escutar aquelas palavras. Tom e Tamy eram muito unidos desde que eu me entendo por gente, e eu odiaria que aquele laço fraterno fosse quebrado por um mal entendido trágico que poderia ser resolvido com uma boa conversa.

Enquanto ia para a cama eu tomei um decisão. Pelo bem dos dois, eu me empenharia a fazer Tom e Tamy fazerem as pazes.

***

Sabe aqueles finais de semana em que você quer sair, quer curtir, mas não tem ânimo nem pra tirar o pijama?

Era pleno sábado à noite e eu estava vegetando no sofá de frente para a televisão usando a blusa rosa de um baby-doll velho e uma calça cinza de moletom. Acho que a preguiça de domingo veio adiantada naquela semana, porque até pra pegar comida eu estava desanimada. Quem sabe eu ligava para uma pizzaria ou qualquer lugar que vendesse comida que mata.

Peguei meu celular e dei uma olhada nos contatos. Meus dedos estavam trilhando a tela sem rumo certo quando me vi prestes a ligar para Tom. Mordi o lábio inferior. Eu não sabia se aquela era uma boa ideia.

Fazia uma semana desde que Tamy tinha partido (conversávamos todos os dias pelo celular) e Tom estava um... amor.

Sério gente. Ele parece ter levado a sério esse negócio de dar um tempo (tanto que as visitas e invasões surpresa à minha casa tinham parado), mas levou mais a sério ainda o "fazer por merecer". Eu recebi flores no trabalho com um cartão dele, mas não quaisquer flores, eram lindas dálias negras. Quase morri do coração. Eram as minhas favoritas.

Ele também estava sempre mandando mensagens (sempre mesmo) e me ligava todos os dias. Nossas conversas por celular se tornaram quase tão frequentes quanto as que eu tinha com Tamy. E eu sabia que todas as vezes que ele perguntava como quem não queria nada como estava a irmã, ele estava se remoendo de preocupação.

Tentei conversar com Tamy e fazer o arranjo de uma reconciliação mas ela achou melhor as coisas ficarem do jeito que estavam. Me veio com uma história de cortar os laços familiares para que quando o fulano (não lembro o nome dele) que abusou dela saísse da cadeia, não tivesse acesso à onde ela estava. Nem preciso falar que quase rodei a baiana pra cima daquela cabecinha oca não é? Vixe, que ideia!

Eu ia ter que armar um encontro na surdina, mas tinha fé que daria tudo certo.

Mas bom, voltando ao meu atual estado vegetação no meu sofá, eu estava realmente considerando ligar para o Tom. Sei lá. Chamar ele pra ficar comigo, só nós dois como nos velhos tempos (ah como eu sentia falta de uma boa maratona de filmes com ele) mas a companhia tocou e eu arrastei meu corpo para fora do sofá.

INSUFICIENTE Onde histórias criam vida. Descubra agora