1 semana depois...
Tudo havia voltado ao normal na casa de Rebecka. Ela havia melhorado das suas crises? Era claro que não, caso contrário as coisas não estariam normais. Mas a sua irmãzinha já estava de volta em casa, o que já era um alívio.
Como era de se esperar, Julie havia passado mal por alto estresse. Aquela situação familiar estava mexendo com o seu psicológico e seu corpo sofria por tudo.
Ray evitara falar com Jéssica quando não fosse necessário, todo tempo. E não era por falta de ela tentar puxar assunto, por que ela fazia várias investidas.
A manhã daquele dia estava luminosa e Jéssica pressentia que aquele dia seria diferente e ela torcia que fosse positivamente.
Depois de se despedir de Ray (ele não respondera ao seu adeus) ela correu para o porão onde Rebecka ficava.
A garota levantou os olhos assustados para ela.
- Amanhã a meia-noite é seu aniversário e eu quero fazer algo especial.
Rebecka revirou os olhos de frustração e bufou.
- Então faça um favor pra mim... - Jéssica esperou ansiosa a filha terminar. Rebecka a olhou profundamente. - Pegue a pistola que o meu progenitor tem na escrivaninha e mete uma bala na minha cabeça.
Jéssica colocou as duas mãos na boca com horror.
- Rebecka, seu pai não tem nenhuma... - Ela deixou a frase incompleta, agora ela mesma estava confusa sobre aquilo.
Rebecka ergueu uma das sobrancelhas.
- Não tem mesmo? - Ela falou debochada e esperou a resposta da mãe, que não veio. - Mãe, você sabe... - Ela parou e olhou horrorizada para a escadaria.
Jéssica não entendeu o motivo, não em primeiro momento. Logo ela ouviu pequenos passos e o corpinho rechonchudo e rostinho vermelho e ansioso de Julie surgiu.
- Mamãe, posso...?
- Tire ela daqui! - Rebecka gritou enfurecida tentando se soltar das correntes que agora machucavam seus pulsos freneticamente. Seus olhos assassinos faiscavam em direção a outra que não sabia o que estava acontecendo, mas que estava petrificada.
Os joelhos de Rebecka batiam no chão com força enquanto ela tentava se levantar em vão. Jéssica correu em direção a escadaria e tirou a filha mais nova dali.
Somente quando ela saiu foi que Rebecka respirou aliviada de novo. E as lágrimas surgiram.
Por que está chorando, Rebecka? Uma voz ecoante surgiu em sua cabeça e ela sabia quem era. Até que havia demorado para aparecer naquela manhã.
- Você sabe muito bem. - Ela falou como tivesse uma pessoa na sala com ela.
Você quer tanto sumir do mapa assim? Ainda tem tanta coisa para fazer por nós... Fez um tom de decepcionado.
- Você já infernizou a minha vida mais que o suficiente.
Uma gargalhada ecoou em seus tímpanos.
Infernizamos? Você não sabe o que é inferno, meu amor, pelo menos não ainda. Mas não se preocupe, por que a partir da meia-noite você terá uma grande ideia de como é.
- Do que está falando?
Ah, você logo saberá. Conte as horas, meu amor, pois é quase seu aniversário.
Depois da voz se calar, Rebecka se viu sozinha outra vez.

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Eu, Rebecka
Paranormal⚠Atenção⚠: Para melhor entendimento leia: Os caminhantes ... Bastava se distrair um pouco e já era. A vida de Rebecka era um emaranhado de problemas. Seus pais já não suportavam o que vinha acontecendo na vida da sua filha mais velha e queriam dar...