Capítulo 4

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1 semana depois...

Tudo havia voltado ao normal na casa de Rebecka. Ela havia melhorado das suas crises? Era claro que não, caso contrário as coisas não estariam normais. Mas a sua irmãzinha já estava de volta em casa, o que já era um alívio.

Como era de se esperar, Julie havia passado mal por alto estresse. Aquela situação familiar estava mexendo com o seu psicológico e seu corpo sofria por tudo.

Ray evitara falar com Jéssica quando não fosse necessário, todo tempo. E não era por falta de ela tentar puxar assunto, por que ela fazia várias investidas.

A manhã daquele dia estava luminosa e Jéssica pressentia que aquele dia seria diferente e ela torcia que fosse positivamente.

Depois de se despedir de Ray (ele não respondera ao seu adeus) ela correu para o porão onde Rebecka ficava.

A garota levantou os olhos assustados para ela.

- Amanhã a meia-noite é seu aniversário e eu quero fazer algo especial.

Rebecka revirou os olhos de frustração e bufou.

- Então faça um favor pra mim... - Jéssica esperou ansiosa a filha terminar. Rebecka a olhou profundamente. - Pegue a pistola que o meu progenitor tem na escrivaninha e mete uma bala na minha cabeça.

Jéssica colocou as duas mãos na boca com horror.

- Rebecka, seu pai não tem nenhuma... - Ela deixou a frase incompleta, agora ela mesma estava confusa sobre aquilo.

Rebecka ergueu uma das sobrancelhas.

- Não tem mesmo? - Ela falou debochada e esperou a resposta da mãe, que não veio. - Mãe, você sabe... - Ela parou e olhou horrorizada para a escadaria.

Jéssica não entendeu o motivo, não em primeiro momento. Logo ela ouviu pequenos passos e o corpinho rechonchudo e rostinho vermelho e ansioso de Julie surgiu.

- Mamãe, posso...?

- Tire ela daqui! - Rebecka gritou enfurecida tentando se soltar das correntes que agora machucavam seus pulsos freneticamente. Seus olhos assassinos faiscavam em direção a outra que não sabia o que estava acontecendo, mas que estava petrificada.

Os joelhos de Rebecka batiam no chão com força enquanto ela tentava se levantar em vão. Jéssica correu em direção a escadaria e tirou a filha mais nova dali.

Somente quando ela saiu foi que Rebecka respirou aliviada de novo. E as lágrimas surgiram.

Por que está chorando, Rebecka? Uma voz ecoante surgiu em sua cabeça e ela sabia quem​ era. Até que havia demorado para aparecer naquela manhã.

- Você sabe muito bem. - Ela falou como tivesse uma pessoa na sala com ela.

Você quer tanto sumir do mapa assim? Ainda tem tanta coisa para fazer por nós... Fez um tom de decepcionado.

- Você já infernizou a minha vida mais que o suficiente.

Uma gargalhada ecoou em seus tímpanos.

Infernizamos? Você não sabe o que é inferno, meu amor, pelo menos não ainda. Mas não se preocupe, por que a partir da meia-noite você terá uma grande ideia de como é.

- Do que está falando?

Ah, você logo saberá. Conte as horas, meu amor, pois é quase seu aniversário.

Depois da voz se calar, Rebecka se viu sozinha outra vez.

Eu, RebeckaOnde histórias criam vida. Descubra agora