Os tremores e os gritos desesperados não cessavam no templo, a carnificina estava em seu momento mais intenso. O cheiro de carne queimada era pungente nas narinas de todos que ainda estavam de pé, lutando.
Celine estava arfante em meio a todo aquele tumulto, havia sido atingida na perna por um dos demônios e sua perna estava sangrando em grande cascata.
Já não era tão jovem para aquele tipo de coisa, mas não poderia cair agora. Não havia escapatória, se era para morrer, ela morreria em batalha. Suas pernas fraquejaram por uns segundos e ela quase caiu de joelhos no chão. Ela se apoiou com a ajuda de sua espada e se reergueu. Outros demônios estavam a caminho e ela ainda não havia se encontrado com o que ela queria.
Celine foi obrigada a erguer a sua espada outra vez.
###
Bryan estava se sentindo como um animal atrás de sua presa, a cada demônio que ele derrubava, mais insano ele se sentia e aquilo o estava deixando preocupado. O símbolo gravado em seu rosto queimava ainda mais.
Houve um momento em sua insanidade em que ele quase acertara um de seus companheiros e isso o deixou assustado ao ponto de pedir para os outros deixa-lo sozinho para proteger o corpo mortal da deusa.
Ele estava suado e gostaria de não estar vestido em sua armadura, seu olhar era predatório, a situação estava se intensificando e ele percebia que em algum momento teria que usar seu poder e força total.
Pediu desculpas a Celine em pensamento.
###
Rebecka estava com pensamentos terríveis em relação àquela batalha que estava acontecendo acima dela. A cada tremor, ela sentia seu corpo se arrepiar e a eminencia de uma perda enorme se abatia em seu coração.
Ela havia se sentindo dessa mesma forma na noite em que matou sua mãe e era isso que estava quase a deixando maluca. Mas existia algo que ela poderia fazer? Ela olhou ao redor e sua pergunta foi respondida.
Não...
Os caçadores, que estavam responsáveis por proteger as sensitivas não deixavam passar despercebido um só movimento delas. Rebecka olhava séria para cada um deles, ela teria que agir se quisesse fazer alguma coisa naquela guerra.
– Não faça nenhuma besteira, Rebecka, por favor. – Ela ouviu uma voz feminina sussurrar em seu ouvido e se virou assustada.
Era uma das sensitivas mais jovem que havia falado com ela. Era apenas uma garota, de cabelos ruivos e ondulados, parecia ter 10 anos de idade, estava no templo a pouco tempo. Algo terrível havia acontecido com os seus pais, assim como a maioria daquelas garotas daquele lugar, incluindo Rebecka.
– Do que está falando? – Rebecka perguntou baixo para que os seus vigias não percebessem a conversa. Ela tentou fingir ar de inocência, só que não obteve sucesso.
A garota ergueu uma das sobrancelhas.
– Nós, sensitivas, estamos percebendo muito bem o que você quer fazer.
Rebecka olhou para as outras que estavam ao seu redor e algumas delas concordou com a cabeça discretamente.
– É muito arriscado, e além disso, você não tem força pra deter os guardas. Eles são muito habilidosos.
– Por que quer sair daqui? – Uma outra perguntou.
– Não posso ficar aqui embaixo sabendo o que está acontecendo lá fora. Não gosto de ser um peso morto, eu preciso agir.
– Se é isso que você quer, então me responda: como você vai conseguir sair daqui?
– Eu vou bolar algo. – Rebecka respondeu com convicção.
![](https://img.wattpad.com/cover/108103693-288-k183364.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu, Rebecka
Paranormal⚠Atenção⚠: Para melhor entendimento leia: Os caminhantes ... Bastava se distrair um pouco e já era. A vida de Rebecka era um emaranhado de problemas. Seus pais já não suportavam o que vinha acontecendo na vida da sua filha mais velha e queriam dar...