Capítulo 8

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Gargalhadas profundas foram ouvidas ao longo da extensão do castelo vermelho, na segunda camada do Sheol. Os demônios tremeram diante daquele som. Fazia muito tempo que eles não haviam ouvido aquilo.

Henri estava excitado para o que estava prestes a acontecer. Rebecka havia caído de forma magistral em sua armadilha. Pôr a marca nela foi uma das coisas mais simples que ele já havia mandado seu subordinado fazer e segui-la para seu covil foi bem mais fácil graças a isso.

Ele estava sentando em seu trono negro. Parecia estar bem disposto para aquele dia. Seu sorriso irradiava. Vez ou outra ele passava as mãos nos cabelos negros e cacheados para tentar acalmar a ansiedade, mas seus olhos verdes e espertos não paravam de fazer vistoria grossa ao seu redor. Ele sempre fora desconfiado com todos, principalmente depois que assumiu o poder daquele lugar.

Em pensar que ele havia sido torturado inúmeras vezes naquele mesmo castelo há milênios de anos. Porém, aquilo era passado, ele tinha que focar no futuro que estava na sua frente. Principalmente no seu subordinado que acabara de chegar.

Era um de seus mais fiéis generais que se aproximava. Tinha pele escamosa avermelhada, os dentes eram pontudos, amolados e saltavam da bocarra, seus olhos amarelos eram quase irradiantes, usava apenas uma tanga velha e marrom para cobrir seu órgão genital e em seu pescoço tinha um colar feito de ossos.

Quando ficou frente a frente com seu mestre, ele se ajoelhou em um respeito incomensurável. Fora Henri quem lhe tirara de seu sofrimento maior e ele já demonstrara várias e várias vezes essa gratidão pelo outro.

O subordinado de Henri parecia ansioso. Aquele sentimento parecia transpirar de seu corpo. Ele ergueu apenas a cabeça para olhar seu mestre e senhor nos olhos.

– Então, senhor, como foi com a garota?

– Não há com que se preocupar mais Tito. Foi tudo melhor do que eu imaginava. Sua marionete fez seu trabalho direitinho colocando a marca na perna dela sem que ela percebesse. O destino está trabalhando ao nosso favor. Ela já está praticamente amarrada a nós. Só devemos continuar colocando nosso plano em prática. Como estão os nossos preparativos para essa data tão especial?

Tito se levantou e encarou o mestre com ar vitorioso.

– Está tudo pronto para atacarmos. Estamos apenas aguardando suas ordens, mestre.

– Ótimo. Eles estão frágeis. Eu senti isso quando fui até Rebecka. Basta apenas empurrarmos um pouquinho. Seu medo é palpável, principalmente da líder deles, Celine sempre foi uma ótima guerreira, mas até mesmo ela chegou ao seu limite, ela quase não conseguiu me tirar da mente de Rebecka. Logo, logo, eles irão cair e o templo tão sagrado deles irá queimar. Traremos toda a ordem de volta, confie em mim.

– E quando vamos atacar?

Henri ergue um sorriso anormal.

– Hoje à noite. Não vejo a necessidade de aguardarmos mais, e você?

Eu, RebeckaOnde histórias criam vida. Descubra agora