– Para onde você está me levando? – J pergunta sem muito entusiasmo ou sequer medo.
– Para um lugar seguro. – Rebecka responde manobrando o carro para um beco escuro e macabro.
Já era noite, e elas haviam andado por vários lugares diferentes.
J se sentia cansada e dolorida. Não é que ela se sentia bem com a presença de Rebecka, mas já estava quase conformada com aquela situação... quase.
Assim que ela visse uma oportunidade ela não a perderia. Só porque não tinha medo da outra e não se senti desconfortável em estar com ela não queria dizer que ela gostaria de ficar naquela forma para sempre.
Gostaria de saber quando a loira a deixaria em paz. E o mais importante: gostaria de saber quando sua mente pararia de lhe mostrar a cena de uma garota loira acorrentada em um quarto.
###
Gritos e mais gritos são ouvidos na segunda camada do Sheol, alguns dos gritos são estrangulados, outros mais roucos, mas todos eles pertenciam a mesma pessoa: Finn.
Demônios grandes e de aspecto tenebroso apertavam cada vez mais o corpo de Finn com correntes em chamas. Ele sentia todo aquele ardor e cheiro de carne queimada, mas quando olhava para seu próprio corpo quando podia, ela não estava com aspecto de marca de queimadura alguma e aquilo só o perturbava mais e mais.
Ele e esses demônios estavam dentro de uma sala com paredes de grandes pedras manchadas de sangue seco que era feita especialmente para a finalidade de experimento.
Com mais uma onda de dor, Finn coloca seus sentimentos de agonia para fora com outros gritos estrangulados.
Henri olha para o sofrimento de Finn com divertimento perto da porta da sala. Agora parecia mais apresentável, os cabelos longos estavam alinhados e a pele não estava machucada, também estava com roupas limpas e de aspecto bonito.
Ver o sofrimento daquele humano o deixava entusiasmado e excitado. Como ele estava prevendo, Finn tinha uma boa resistividade. Mesmo com as feridas que ele tinha da batalha anterior, as chamas do Sheol não o machucavam, pelo contrário, pareciam fortalece-lo e curá-lo o mais rápido possível.
– Você está indo muito bem, caçador. – Henri comenta sem se importa se Finn estava prestando atenção ou não. – Não vai demorar muito para que eu o transforme em um receptáculo perfeito, ao contrário do receptáculo que eu deixei para trás. – Ele sorri com um carisma falso – Você terá a honra de servir a um ser muito poderoso que serviu a causa da deusa das trevas a milênios atrás, coisa que seria papel para o outro. Então comece a se sentir feliz e comemore, você tem muita sorte de sua vida mudar assim. – Ele dá de ombros – Ou apenas se desespere e sofra. A escolha é sua. – Henri sai da sala ouvindo os gritos desesperados de Finn.
###
Virginia praticamente corria pelos corredores destruídos e com cheiro de sangue do templo da deusa. Ainda haviam muitas coisas para fazer e ainda era começo de noite, alguns caçadores e sensitivas ainda estavam recolhendo corpos dos bravos soldados que pereceram, enquanto alguns outros que sobreviveram e não podiam ajudar estavam tendo cuidados médicos.
Virginia precisava vê-lo. Seu coração estava acelerado e não se acalmaria enquanto não pudesse fazer isso.
Ela abre de supetão uma porta branca que estava suja de sangue.
– Bryan! – Ela grita em um desespero incontido.
As sensitivas que estavam fazendo papel de médicas naquele momento olham para Virginia com reprovação e uma delas mandam ela falar baixo. O quarto estava iluminado por várias velas, mas elas ainda não eram o suficiente para uma ótima iluminação, porém não havia jeito, eles estavam meio apertado de suprimentos para reclamar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu, Rebecka
Paranormal⚠Atenção⚠: Para melhor entendimento leia: Os caminhantes ... Bastava se distrair um pouco e já era. A vida de Rebecka era um emaranhado de problemas. Seus pais já não suportavam o que vinha acontecendo na vida da sua filha mais velha e queriam dar...