Capítulo 17

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– O que foi, Henri? Já está cansado? Quer que eu acabe com sua vida miserável? – Rebecka pergunta de forma mansa e com superioridade, segurando a espada de Camel com força e olhando para o seu inimigo que estava caído no chão, mas que continuava a olhá-la com arrogância.

– Por acaso está tentando incutir medo em mim? – Ele sorriu com desdém enquanto se sentava no chão. – Esse tipo de jogada não funciona comigo. – Seu rosto ficou sério de repente. – Não se esqueça quem eu sou, pirralha.

– Você é apenas um demônio tolo que eu preciso destruir. – Ela torna a atacá-lo por cima.

Mas Henri é mais ágil e desvia do golpe pulando para trás. Porém ela não desiste de atacá-lo diretamente e corre em sua direção jogando golpes aleatórios e irritados. Aquilo estava começando a chatear Henri, que decide tomar uma decisão trágica e direta.

Ele joga o rosto pro lado, quando a lâmina da espada passa bem perto dele, olha no fundo dos olhos de Rebecka e segura a lâmina da espada com força usando a mão esquerda.

Aquilo assustou Rebecka, já que, durante todo aquele tempo, ele estava evitado um confronto direto com ela. Henri sorriu.

Xeque-mate

O senhor da segunda camada do Sheol abriu a mão direita e a atravessou com tudo no abdômen de Rebecka. Sangue jorrou da boca da moça que perdeu o ar de repente, devido a tanta dor que sentiu naquele momento.

– Eu tenho que levá-la, Rebecka, de um jeito ou de outro. Mas isso não significa que eu não posso machucá-la seriamente. – Ele fez um muxoxo. – Eu até gostaria de feri-la de forma mais elaborada, mas quando estou no plano físico, não consigo usar meus poderes como gostaria e nem consigo me manter aqui por muito tempo. Mas, no entanto, isso não importa agora. Vamos ao que realmente me interessa.

Ele a obrigou a soltar a espada e a segurou em seus braços fortes, sem parar de encará-la. Rebecka já estava quase inconsciente. Um zumbido insistente chegou até os seus ouvidos e aquilo estava deixando ela mais incomodada do que o normal.

Os rostos deles estavam tão próximos um dos outros que Rebecka estava sentindo o hálito quente de Henri em sua face. Ela não conseguia mais ter reação alguma, estava apenas torcendo que tudo aquilo tivesse um fim logo.

– Isso mesmo, não resista. – Henri falou de forma lenta e sensual. – Você sabe que não tem mais chance alguma. Logo, logo eu encontrarei a sua irmã, então vocês duas voltarão a ter um propósito de vida, nem que seja por um curto período de tempo...

Os olhos de Rebecka estavam quase se fechando.

Minha irmã...? O que ele quer com ela?

Ela olhou para Henri com angustia. Henri se ajoelhou no chão, ainda a segurando nos braços. O olhar dele era sério.

Já não basta todo mal que ele já causou a ela? Me obrigar a fazer aquilo com minha mãe, o inferno que eu passei com o meu pai... Ela já não sofreu o bastante? Ela já não sofreu o bastante?!

Um som desconexo saiu da boca de Rebecka, e lágrimas caíram de seus olhos e escorreram no rosto machucado.

– Shhhh... não tente se esforçar mais. – Henri colocou os dedos sujos de sangue nos lábios de Rebecka e mais lágrimas caíram a sensitiva. Henri parecia estar calmo naquele momento. – Você sabia que não podia protegê-la para sempre. Você sabia que um dia eu encontraria vocês duas. Os seus olhos dizem isso.

O rosto de Rebecka se contorceu em uma dor que não era apenas física. Um filete de sangue escorreu de sua boca. Ela olhou para o céu que estava coberto pela fumaça daquela batalha. Só queria poder olhar para as estrelas mais uma vez.

Eu, RebeckaOnde histórias criam vida. Descubra agora