Capítulo 6

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Desço no ponto mais próximo de casa, percebendo, como sempre, que a rua está deserta. Vou caminhando até a fachada mais simples dali, mas sou impedida de abrir a porta quando escuto a voz de Bryan me chamando:

- Olha só quem chegou. Pensei que iria ir para a festa do Dylan Cooper assim que saísse do café – fala, passando a mão em seus cabelos pretos e lisos, dando passos precisos até mim.

- Eu não. O que eu iria fazer lá? Não conheço ninguém – digo sentando na pequena escada que tem para entrar em minha casa, sendo seguida por Bryan.

- Até parece. Você o conhece, tenho certeza que iria ter uma companhia –  diz meu melhor amigo, com ar de malícia. Ele é o único que sabe que sinto algo por Dylan.

- Cala a boca garoto – digo dando risada da cara que ele fez. - Foi chamado? Digo, para a festa? – pergunto curiosa.

- Sim, eu fui, até porque tenho aula com ele de história, mas não sei se vou. – diz, coçando o queixo, parecendo pensativo - Você até pode gostar dele, o que, eu até hoje não entendi, mas não vou muito com a cara da estrela do futebol americano da escola. Cara, o que viu nele? Eu sou muito melhor. Olha bem pra mim – Eu o olho de cima abaixo, - Sou um moreno gostoso – fala passando suas mãos pelo corpo tentando parecer sensual, o que, não conseguiu muito.

Bryan é, realmente, muito bonito. Um adolescente de 17 anos com um conjunto de cabelos e olhos pretos, contornados por cílios longos e espessos; sua pele bronzeada naturalmente é de se dar inveja nos nova iorquinos branquelos; alto e forte na medida certa e, para completar sua descrição fisica, tem lábios carnudos e rosados - o que, eu só percebi, por ele sempre falar de mais -, seu rosto é comprido e bem desenhado, fazendo com que as suas mandíbulas sejam marcadas. Além, é claro, de ser super extrovertido. É praticamente impossível ficar no mesmo recinto que Bryan e não se doer de dar risada, mas, quando o assunto é sério, ele sabe te ouvir e te dar ótimos conselhos, ou simplesmente abrir os braços e te envolver de forma que te o conforto necessário que precisa sem falar uma única palavra.

- Querido, sinto lhe dizer que não irá me conquistar desse jeito – digo soltando uma gargalhada alta.

- Ah, então quer dizer que de outro jeito eu posso conseguir? – diz ele me fazendo rir ainda mais.

- Ai, para... minha barriga já está doendo – digo entre suspiros, tentando parar de rir e secando as lágrimas que acabei soltando.

- Bom, voltando ao assunto da festinha de 18 anos do seu bonitão, você quer ir comigo? Eu estava cogitando a ideia de ir e, como sei que gosta do loiro oxigenado, te levo – pergunta o moreno.

- Será? É que... Eu nem tenho roupa pra ir... – respondo, olhando para a calça que estava vestindo e cruzando os braços, um pouco cabisbaixa por não ter condições de me vestir melhor.

- Daph, você fica linda até usando as roupas do meu pai e vamos concordar, ele não é muito... você sabe, estiloso. Chega de tristeza. Se arruma ai que daqui 40 minutos to batendo na porta –diz já se virando pra ir para a casa.

- Ei, mas e Emma? – pergunto, tentando achar uma escapatória. – Ela não pode ficar sozinha nessa casa, ainda mais com essa rua nada segura. Eu não poderia sair e deixar minha linda irmãzinha aqui, a mercê do perigo – digo, fazendo drama.

- Eu peço para minha mãe ficar com ela, você sabe o quanto a Dona Violet gosta de Emma. E outra, ela sempre fala que devemos sair mais, então... Avise sua irmã que hoje ela irá ficar com a mulher mais incrível desse mundo, não é mãe? – pergunta Bryan, falando a última frase mais alto.

- Er... Sim, querido. Pode trazer a Emma, Daphne. Sua irmã é uma menina muito amável e será uma ótima companhia, já que Gregory está viajando à negócios – responde a mãe de meu amigo, da janela da sala de sua casa.

Dúvida Cruel - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora