Capítulo 34 - Bryan

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   Hoje faz exatos dois anos que conheci Daphne, assim como também faz três meses que Louise e eu estamos namorando.

Toda a minha família simplesmente a adora, e a dela, pelo o que parece, tem o mesmo carinho por mim, mas não consigo pensar que hoje é um dia feliz e agradável por estar completando mês com a minha namorada, e sim que hoje eu poderia estar saindo para comemorar com Daphne e Emma pelos dois anos que estão, literalmente, ao meu lado.

Sei que não devo, mas quando Louise me liga para aproveitarmos o domingo juntos com a sua família, como de costume, o que me passa pela cabeça é dizer que não estou bem e prefiro ficar em casa para me curar de uma "gripe" repentina.

  É o que faço.

Desde o dia em que comecei a conversar e me aproximar de Louise, me atraí por ela.

  Na minha cabeça só se passava uma coisa: Ela pode ser a minha chave para fora desse mundo de Daphne.

  De uns tempos para cá percebi que estava enganado.

Tenho tentado parar de pensar na morena, mas a cada dia que passa e eu a vejo entrando dentro de casa, com um dos seus mais lindos e sinceros sorrisos estampados em seu rosto, ao lado de sua irmã tão radiante quanto a própria, e acompanhada de Dylan - o loiro oxigenado mais sortudo já existente neste planeta -, meu coração quebra mais um pedacinho que Louise luta, mesmo sem saber, para colar com fita adesiva.

Tenho a namorada mais divertida, animada e linda que qualquer homem poderia pedir, mas para mim, quando vejo Louise e Daphne, lado a lado, as duas radiantes cada uma da sua maneira, percebo que só consigo dizer mentalmente: "Ela não é Daphne. "

Seus cachos ruivos e longos, sua pele branca como uma parede recém pintada, salpicada com delicadas, mas perceptíveis, sardas, seu jeito meigo e carinhoso de ser encanta qualquer um, assim como sua alegria e inocência mais que o comum.

Só que quando eu olho para todas essas características de Louise, o que consigo enxergar é Daphne e o seu cabelo ondulado de um castanho inebriante, com luzes recém feitas dando luz e ainda mais movimento para suas ondas naturais.

  Sua pele nem tão branca, sem sardas e com traços nem tão delicados quanto os de Louise, mas que acabam me encantando mais do que qualquer outra, porque quando vejo seu rosto, consigo enxergar, através dali e de todos os detalhes que o compõe o quanto ela amadureceu e se tornou mulher antes que muitas garotas.

  Agora o seu jeito de ser... Ah o seu jeito...

  Com toda a certeza é o que me chama mais atenção do que qualquer outra coisa em Daphne, porque ela é forte sem perder sua doçura natural, mas isso não a deixa parecer vulnerável a ninguém.

Eu a vi crescer muito nesses dois anos que à acompanhei de perto, sempre ajudando como podia.

  Vi ela dando o máximo do seu ser para cuidar bem de Emma, que logo tão cedo perdeu o pai e, consequentemente, a mãe, tendo apenas a irmã mais velha como apoio e figura familiar para crescer bem emocionalmente.

Daphne, mesmo com todas as dificuldades que tinha no início e, que ainda tem, não deixou seus sonhos para trás, lutando muito para crescer e criar outra pessoa além de si, estudando, trabalhando, e fazendo o que faz de melhor depois de amar, incondicionalmente, aqueles ao seu redor que são importantes para ela.

  Dançar.

Meus olhos estão andando pelo teto branco de gesso do meu quarto desde a hora que acordei, o que já faz meia-hora, mas pensar nisso tudo é o que pretendo ficar fazendo por mais tempo, ou pelo menos pretendia, já que a minha porta se abre e Dona Violet entra em ação.

Dúvida Cruel - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora