Capítulo 19

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- Daphne? Ei, acorda – Dylan sussurra baixinho em meu ouvido, me balançando levemente. Percebo que acabei deitando a cabeça em seu colo.

Levanto de supetão.

Que sonho estranho esse que eu tive.

  Até entendo a parte da família feliz e completo, até mesmo o namorado da filha mais velha....Mas o homem parecido com Dylan querendo matar meu pai?

Ou é um sinal de algo que já aconteceu? São tantas perguntas que rondam minha cabeça antes mesmo deu me endireitar na cadeira.

- Com licença, mas Emma acordou. Se quiserem vê-la a hora é agora, porque ela ainda está meio grogue por conta da anestesia da cirurgia, podendo assim, voltar a dormir a qualquer momento – escuto uma voz ao fundo, e só reconheço por causa da voz e a forma culta de falar.

  Ainda não abri totalmente os olhos.

Quando os abro, me deparo com o conjunto lindo dos olhos de Dylan. Ele está tão atento a mim, que chega a ser vergonhoso.

Levanto bruscamente, tomando meu lugar na cadeira, finalmente.

- Ok, vamos. Quero ver minha irmã logo. – afirmo, mas olho para Dylan e vejo que o mesmo ainda está sentado – Ué... Vem, tenho certeza que a Cachinho Dourados vai querer ver o loiro bonitão.

  Vejo ele levantar o canto esquerdo da boca, mas logo se desfaz.

- Não... Melhor não. É um momento de vocês duas não posso me intrometer. Quando ela estiver totalmente recuperada vou lá.

- Quê? Não mesmo. Você ficou a noite toda aqui comigo, provavelmente vai perder a aula hoje e está muito cansando – ele abre a boca para argumentar, mas logo o corto.– E nem tente dizer que não, porque isso é visível de longe. Venha, quero que esteja comigo neste momento, assim como esteve nas últimas horas.

Ele parece pensar em tudo o que eu disse.

   Pende a cabeça para um lado, depois para o outro. E então percebi que ele está fazendo graça.

- Pode ir parando. - Nós dois rimos. - Quero ir ver logo Emma.

- Tudo bem, vamos. – Dylan finalmente levanta, pondo-se ao lado contrário da enfermeira.

Caminhamos os três em silêncio, um seguido do outro, mas chega em uma parte determinada do corredor da ala infantil, que Dylan entrelaça nossos dedos, juntando assim nossas mãos em um perfeito encaixe. Ali parece ser o meu lugar. Olho de nossas mãos coladas para seu rosto, que mesmo com olheiras pela falta de descanso, continua radiante com seu sorriso abrangente.

Ruborizo quando sinto ele me olhar ainda mais profundamente, fazendo com que eu abaixe instantaneamente a cabeça e comece a fitar meus pés calçados pelo surrado All Star vermelho.

Nosso trajeto acaba quando a enfermeira para em frente a uma porta de madeira laqueada com uma placa de acrílico presa no centro, tendo o número 376 escrito em letras garrafais.

- É aqui Srta. Price e Sr. Cooper. – A enfermeira nos avisa, levando sua mão de longos dedos à maçaneta prata da porta, esperando nosso consentimento para abrir caminho ao quarto onde Emma está em observação.

Nunca pensei que ficaria tão ansiosa em toda minha vida por um simples clique de uma porta.

Olho novamente para Dylan, que assente me fitando, dando a entender que independente de como Emma esteja, ele estará comigo. Me viro para a enfermeira e assinto também.

Ela gira a maçaneta.

Entro no quarto todo branco e iluminado pelas frestas da cortina que impedem que os raios solares atinjam diretamente o local. Tem uma cama bem no meio de tudo, rodeada de alguns aparelhos que estão conectados ao pequeno corpo de Emma.

Emma.

Ela está com os olhinhos azuis fechados, o que me decepciona um pouco, mas isso não me impede de deixar o conforto das mãos de Dylan e caminhar até a lateral da cama branca.

- Oh meu amor... Você me assustou tanto, sabia? – pergunto mesmo sabendo que ela não irá me responder. Passo a palma da minha mão, que está meio fria como sempre fica - uma coisa herdada da genética de Francesca. Ser fria. - no rosto magro e macio de Emma.

Sinto Dylan se aproximar aos poucos de mim e quando chega ao meu encontro, passa o braço esquerdo ao redor de meu corpo, deixando sua mão parada em cima do meu cotovelo.

Instantaneamente sinto minha temperatura corporal aumentar.

Acabo me distraindo com isso e, ao sentir um toque suave na mão que ainda está no rosto fino de Emma, viro bruscamente meu rosto, dando de cara com aquele mar ocular, agora aberto.

Uma lágrima escorre solitária pela minha bochecha.

Emma faz um gesto com a mão, pedindo para que eu me aproxime dela. Faço o que ela me instruiu, chegando perto de seu rosto, tendo a lágrima sendo seca por seus dedos brancos. Fecho meus olhos com seu toque e a vontade de chorar me invade.

- Eu estou bem, Daph – escuto sua tentativa baixa de fala. Sua voz está fraca e rouca, mas me conforta tanto que abro um sorriso que sinto ir de orelha à orelha.

- É, estou vendo mocinha. Fiquei com medo de te perder e não sei o que seria da minha vida sem você, bunda magricela – anuncio, fazendo Emma dar uma mini gargalhada, se é que é possível.

- Olá, Cachinhos Dourados – Dylan se direciona a minha irmã, recebendo um sorriso cansado, mas sincero.

- Olá, moço – retruca a pequena, chamando Dylan do mesmo jeito que o chamou quando o viu pela primeira vez.

   Nós três rimos juntos.

- Bom preciso verificar se está tudo bem com Emma. Desculpa atrapalhar, mas será rápido – diz a enfermeira que eu havia, totalmente, esquecido que estava ali no mesmo recinto que nós.

- Tudo bem, e... Muito obrigada, mesmo – agradeço à ela.

- Que isso... – ela parece ficar envergonhada.

- Todos foram importantes para que a cirurgia fosse um sucesso, então obrigada.

- Irei passar seus agradecimentos para toda a equipe que foi responsável por Emma.

- Fico feliz com isso. – concluo, dando um leve balançar de cabeça.

- Sabe enfermeira, minha namorada é a melhor pessoa que existe. É gentil, humilde, esperta, carinhosa, linda... – Dylan fala a ultima palavra olhando somente para mim.

Estremeço.

- Namorada? – Emma pergunta agora muito curiosa.

- Sim, cunhadinha. – Dylan responde com um sorriso travesso nos lábios.

*****.*****

Hello Guys!

Espero que tenham gostado do capítulo. Já são mais de meia-noite e, normalmente, durmo sempre cedo de semana, mas hoje foi um dia corrido e precisava escrever o capítulo para hoje, já que provavelmente meu dia será tão corrido quanto ontem... SLA, TO MUITO BUGADA, O SONO ESTÁ ME CONSUMINDO.

Qualquer erro me desculpem, e sei que o capítulo não foi muito emocionante ou legal, mas prometo recompensar com os próximos.

Não se esqueçam de votar e comentar, para que eu saiba o que estão achando do decorrer da história.

Beijos e até a próxima.

(Música: Home – Gabrielle Aplin)

Dúvida Cruel - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora