Capítulo 13

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Entro naquele bar sem pensar duas vezes.

  Preciso tirar Bryan dali o mais rápido possível.

- Oi pessoal, como vocês estão? Será que daria pra dar uma licençinha aqui, por favor? – eu realmente estava tentando abrir passagem entre as pessoas que se posicionavam da melhor forma ao redor da briga para terem uma visão privilegiada. Parecia que eu não era ouvida ali.

  Perdi a minha paciência.

- Dá pra sair do meio ou vou ter que chamar um guindaste para tirar esse chumbo que você chama de corpo? – Grito para o homem a minha frente que tem seus braços cobertos de tatuagens assustadoras, alargadores nas duas orelhas, careca e uma barriga um tanto quanto saliente.

- Quem você pensa que é pirralha metida à bailarina? – Vocifera me olhando de cima a baixo.

- Sou a pessoa que quer ajudar um amigo, mas que está sendo interrompida por um bruta monte! – esbravejo, levantando levemente meus pés para tentar ficar na mesma altura do ursinho tatuado.

  Não deu muito certo.

- Você não sabe com quem tá mexendo garota!

  Percebo que as veias dele estão começando a se sobressair da pele desenhada de seu pescoço.

- Nem você! - retruco, ouvindo ao fundo meu nome ser chamado por alguém:

- Daphne... – é quase que um sussurro.

  Escuto mais uma vez, e então eu sei de quem é aquela voz abatida.

  Bryan precisa de mim.

Saio empurrando todo mundo sem esperar pela resposta do careca que antes discutia comigo. Ignoro os xingamentos que vou escutando a cada passo e empurro que dou, até que finalmente consigo ver o que está acontecendo.

- Por favor, pare! – exclamo, colocando minhas pequenas mãos em um dos braços do homem grande que desfere socos no nariz de Bryan.

Ninguém me escuta.

- PAREM! – grito tão alto que todos ali param de fazer o que estavam fazendo para me olhar.

- Quem é você? – questiona o quebrador de narizes.

- Sou a amiga dele – aponto para quem eu acredito ser Bryan. Seu rosto está quase que irreconhecível.

- E eu com isso? Ele fez por merecer e estou apenas começando – diz, levantando o punho para seguir com o seu objetivo: acabar com Bryan.

- Não, por favor! Prometo que o quer que ele tenha feito para você, não foi em sã consciência – tento amenizar a situação.

- Vai, vamos deixar o garoto ir embora, ele já aprendeu a lição, Matador – diz um cara loiro que parece ser amigo do tal Matador.

- Eu... Olha bem para mim – manda o homem grande, mas como não tem um par de olhos negros atentos a sua expressão aterrorizante não fica muito feliz. – Olhe para mim agora! – desfere um tapa em meu amigo que dirige seu olhar para a carranca do grandalhão, tento impedi-lo, mas um de seus parceiros me segura pela cintura. – Se eu te ver aqui novamente, você vai sair, por aquela porta, morto. Agora desapareça da minha frente antes que os meus dedos cocem para terminar de acabar com a sua vida. – sentencia Matador, pegando meu amigo pela gola da camiseta dele e o jogando com toda a força no chão.

Assim que minha cintura não está mais envolvida em braços fortes, corro para perto de Bryan, que está acabado. Todos os motoqueiros que estavam batendo nele foram embora, inclusive Matador.

Dúvida Cruel - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora