Capítulo 28

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  Depois da noite incrível que meu mais novo namorado e eu tivemos, ele me trouxe para casa, me dando mais um beijo antes de ir. E como esse garoto beija bem.

No dia seguinte fiquei meu expediente inteiro com um sorriso de orelha a orelha.

Dylan fez questão de me buscar no trabalho e ir junto comigo até o hospital para ver Emma, que ficou muito animada ao ver e saber que tinha um cunhado de agora em diante.

O final de semana seguiu normal, como todos os outros, a não ser pelo fato de Bryan ter simplesmente desaparecido. Não no sentido real da palavra, mas não o vi, nem falei com ele no sábado e muito menos no domingo, quando Dylan veio me deixar depois do ballet.

Hoje é o dia em que Emma volta, enfim, para casa.

  Acordo animada com o fato de voltar a ter minha loira de volta em casa, então levantar da cama não foi nada doloroso como é normalmente.

Quando meu celular alarmou avisando que era hora de acordar, eu já estava no banho, cantando alegremente um mix louco de músicas.

Dylan havia me dito que iria vir me buscar para irmos juntos para a escola, então quando vi a hora depois de sair do banheiro, comecei a correr para ficar pronta. Vesti uma calça jeans surrada e velha, uma regata preta e, como estava um tempo meio louco, preferi colocar um cardigan que achei perdido no fundo do guarda roupa.

Agora que o meu cabelo estava escuro novamente depois de tanto tempo, resolvi deixar solto com seus cachos naturais. Não me preocupei com maquiagem, até porque não tinha olheiras hoje para esconder.

Não via Francesca desde sexta à noite, o que foi um alívio.

  Até o momento.

Depois de dar uma organizada na bagunça diária que eu faço no meu quarto, pego minha mochila e meu celular para descer, mas é aí que a minha alegria matinal desaparece como roupas em liquidação em loja de shopping.

  Francesca estava sim em casa e, aparentemente, sóbria.

- Como foi o seu aniversário querida? – pergunta como se merecesse uma caneca escrita Melhor Mãe do Ano.

- Não se faça de sínica, mamãe.

- Sínica? – ela vira seu corpo que estava voltado para a TV que passava algum jornal. Seus olhos azuis me fuzilam como sempre fazem desde que completei 15 anos – Uma mãe não pode perguntar como foi o aniversário da filha?

- Não quando a "mãe" não quer saber realmente. Se me der licença, tenho que tomar café.

Termino de descer os degraus da escada, porque havia parado no antepenúltimo ao vê-la estirada no sofá como se fizesse isso sempre.

- Não, não dou licença. – retruca pondo-se de pé e ficando na minha frente, impedindo minha passagem.

Ficamos encarando uma a outra como se estivéssemos competindo quem conseguiria ficar mais tempo sem piscar.

  As duas estavam empatadas.

Escuto uma buzina e sei que vem do carro de Dylan. Suspiro e perco o jogo.

- Vai lá com seu namoradinho. Devem ter coisas muito importantes para fazer – zomba a mulher magra na minha frente.

- O que está insinuando? – pergunto com um tom nada afetuoso.

- Insinuando? Não conheço ele, mas sei que ele não iria perder o tempo com você à toa. Ele não quer uma namorada, Daphne – cerro os dentes ao ouvir meu nome sair da sua boca que me dá nojo – Ele quer uma prostituta em tempo integral, que não cobre absolutamente NA-DA. – Francesca cospe aquelas palavras na minha cara como é de seu feitio.

Dúvida Cruel - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora