Capítulo 25: Rosa champagne

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"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?"
Caio Fernando Abreu

 Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?"Caio Fernando Abreu

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Segunda-feira, 06 de junho

— Você conheceu o namorado da Rafaela e não me contou? — perguntou Vini enquanto nós andávamos pela calçada, perto de chegar no shopping. Eu, até agora, não sabia porque ele tinha me arrastado até aqui em plena segunda feira.

— Eu conheci hoje — me defendi. — E esse seu interesse repentino na Rafaela?

— O que? — perguntou. — Nada a ver, Marina, deixa de ser doida.

Eu ri, enquanto ele me empurrava pela escada do shopping, murmurando palavras que eu não entendi. Vini só me chamava de Marina quando estava irritado ou desesperado por esconder alguma coisa de mim e eu tinha quase certeza que ele não tinha perdido a mania de gostar das minhas amigas. E funcionárias, nesse caso.

Já tinha sido a Fernanda, uma vez. Ela estava solteira há não muito tempo, por conta do seu turbulento namoro com Rafael e Vini se mostrou interessado nela, que disse não querer nada com ele por minha causa. Claro que eu disse a ela que tinha total liberdade para ficar com quem quisesse, mas ela não cedeu.

— Não quero estragar o que eu tenho certeza que vocês terão no futuro, Mari — dizia ela, sempre que tocávamos nesse assunto, me fazendo revirar os olhos.

— Não teremos nada, Nanda, já disse isso um milhão de vezes.

— E nós somos o Bozo — falou Rafa, séria. — Ou melhor, Patati e Patatá, já que somos uma dupla.

Eu já havia perdido as contas de quantas vezes falei, para todas as pessoas que resolveram dizer algo a respeito, que eu e Vini não éramos um casal e não seríamos um. Mas as pessoas insistiam, principalmente meus pais, Nanda e Rafa.

— Você ouviu o que eu falei? — Perguntou Vini, me cutucando no braço três vezes antes que eu olhasse para ele.

— Desculpa, o que? — falei, perdida, e ele bufou e revirou os olhos.

— Eu estou falando há meia hora e você está me ignorando esse tempo todo. Eu perguntei a você o que eu poderia dar para a minha irmã, para que ela percebesse que já está na hora de me deixar em paz e voltar para casa.

— Passagens de avião é algo bem direto, eu acho — respondi sorrindo e ele voltou a revirar os olhos. Eu queria matá-lo toda vez que ele fazia isso.

— É sério, Mari. Na próxima semana é o aniversário dela e eu preciso dar algo que diga "oi, irmã, eu amo você, mas não te suporto" — fez uma voz fina, como se imitasse Verônica.

— Eu estou fingindo que você não me trouxe aqui para comprar presente para sua irmã que me odeia e que, logo, você vai dizer o que nós viemos fazer. Seria melhor ter ido ver o filme do Pelé.

Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora