Capítulo 13: Azaleia branca

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"O romance é a história eterna do coração humano. A história fala-nos dos outros, o romance fala-nos de nós mesmos."
Alphonse Karr

Música do capítulo: Tear in my heart - Twenty One Pilots

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Música do capítulo: Tear in my heart - Twenty One Pilots

Quinta-feira, 26 de maio

Era madrugada e a fila de carros estendia-se por vários metros à nossa frente, com carros e mais carros parados, a caminho do litoral. Já tinha comido todos os lanches que Vinicius trouxe e tirado todos os cochilos que tive oportunidade, Fernanda mexia no celular no banco de trás e Vini cantava todas as músicas que tocavam no rádio.

— You fell asleep in my car, I drove the whole time — Vini cantava algo que eu não fiz questão de descobrir o que era. — But that's okay I'll just avoid the holes so you sleep fine.

— Sabe que eu não entendo nada do que você canta, não sabe? — perguntei enquanto o encarava. — Por mais fluente que você fale, eu vou continuar sem entender.

— Eu sei — ele respondeu sorrindo e eu apenas revirei os olhos.

O trajeto demorou mais do que imaginávamos. Deixamos Fernanda em uma rodoviária, onde ela disse que teria que seguir sozinha para resolver seus problemas. Há alguns problemas que temos que resolver por nós mesmos, sem o auxílio de ninguém, não importa o quão doloroso seja para nós. É uma dor necessária.

Só crescemos quando aprendemos a lidar com os nossos próprios problemas e dilemas. Nem tudo na vida são flores.

Fiz Fernanda me prometer que mandaria mensagem dizendo que estava tudo bem e que tinha chegado em segurança. Enquanto Vini cantava Ed Sheeran, eu acabei caindo no sono de vez.

Anos atrás

A caneca em minhas mãos soltava fumaça do café quente. O tempo lá fora havia esfriado e as pessoas passavam, na rua lá embaixo, bem agasalhadas e abraçadas umas às outras, com a intenção de se manterem aquecidas. A porta da sala foi aberta e Filipe entrou, colocando algumas sacolas no chão para tirar o sapato antes de entrar. Ele fechou a porta e sorriu, vindo até mim.

— Achei que ainda estaria dormindo — comentou, logo seguindo para deixar as sacolas com pães na mesa. O cheiro invadiu o ambiente e minha barriga protestou com fome.

Me levantei e caminhei até a mesa, sentando e começando a comer. Filipe sentou-se ao meu lado e começou a comer também, em silêncio. Um silêncio até um pouco estranho. Parei o que estava fazendo e me virei, ficando de frente para ele.

— O que aconteceu? — perguntei e ele me encarou, levantando as sobrancelhas como fazia quando estava escondendo algo. Alguma coisa estava errada.

Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora