Capítulo 29: Rosa branca e vermelha

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"O amor é a união de duas solidões que se respeitam."
Rainer Rilke

Sexta-feira, 10 de junho

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Sexta-feira, 10 de junho

Eu ainda estava parada, encostada à ao lado da estante de madeira presa na parede, com os braços cruzados e os olhos fixos no casal sentados logo à minha frente. Esperava Matheus chegar e, quando a porta foi aberta, achei ser ele, mas era apenas Fernanda, o ser mais animado do mundo pelas manhãs.

— Bom dia, pessoal! — Ela falou, animada, antes de olhar para frente e nos encarar. — Que recepção é essa? O que está acontecendo?

Eu a pedi para deixar suas coisas no escritório e voltar, pois ainda tínhamos muito a conversar e as cartas precisavam ser colocadas sobre a mesa.

— Você está, realmente, me assustando, Mari — sussurrou, enquanto me encarava e eu dei de ombros. É para ficar assustada mesmo.

Eu sempre fui uma ótima chefe. Amiga das minhas funcionárias. Realmente eram como minha amigas, talvez as únicas. Uma traição seria como uma facada pelas costas e, nesse momento, a ferida já estava aberta e jorrando sangue para todos os lados. Tinha mais sangue ali do que em um episódio de ...

Esperamos mais um pouco e, finalmente, Matheus passou pela porta. Sem sorrisos dessa vez é acompanhado de um outro homem vestido em um terno. Estava me sentindo em um episódio de Suits.

Algumas referências eu entendia sim.

— Oi, Mari — falou baixinho e eu senti suas mãos nas minhas costas quando ele me abraçou. — Eu trouxe o Wesley só para confirmar tudo.

O homem no terno cinza me cumprimentou com um apertar de mãos e depois voltou sua atenção para os papéis que tinha em mãos. Eu voltei a me recostar à parede, enquanto Matheus ficou parado junto à Wesley.

— Daniel Cardoso, correto? — Perguntou o advogado e o namorado de Rafaela assentiu, passando a mão no rosto e nos cabelos em seguida. — Eu ia marcar uma reunião com a Marina na próxima semana, mas você facilitou tudo para nós. Temos duas opções e você precisa decidir qual prefere: um processo ou um acordo. Nós preferimos não levar esse processo ao tribunal, mas dependerá de você.

Há alguns dias, enquanto conversava com Matheus pelo celular, ele me perguntou o que eu preferia que fizéssemos. Não queria um processo, faria muito alarde, deixaria minha mãe preocupada e gastaria muito tempo, além de que a falha justiça desse país não seria algo a me ajudar. Então, ele contou que Wesley poderia tentar um acordo, assinado por ambas as partes, ele poderia conter o que nós quiséssemos.

Eles não seriam loucos de não aceitar, já que o advogado tinha sido pego "com a boca na botija", como diria minha avó.

— Esses são os nossos termos — falou Wesley, estendendo uma folha à Daniel, que a pegou relutante. Advogado eficiente, não? — Vocês pagarão essa quantia à Marina e, em troca, não serão processados por Falsificação de Documento Particular, cuja pena vai de um à cinco anos e multa. A decisão é sua.

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