Capítulo 26: Rosa amarela e laranja

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"Existe um lugar onde ninguém pode tirar você de mim. Este lugar chama-se Pensamento. E nele, você me pertence!"
Charles Chaplin

 E nele, você me pertence!"Charles Chaplin

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Quarta-feira, 08 de junho

Acordei com meu celular tocando na mesa de cabeceira. E, para a minha surpresa, não era o despertador que tocava. A chamada na tela mostrava o rosto de Matheus, em uma foto que tiramos no dia em que ele me levou para o piquenique no campo de futebol. Parei de pensar nas lembranças e atendi a chamada.

— Oi Mari, desculpa te ligar tão cedo assim — disse, logo que atendi.

— Não tem problema — falei, me levantando da cama e indo até a cozinha, com a intenção de fazer o café, já que não conseguiria mais dormir mesmo. — Aconteceu alguma coisa?

— Não é algo sobre o qual eu queria falar pelo telefone. Podemos nos encontrar para tomar café? Assim a gente conversa melhor.

Ótimo. Já começo a manhã preocupada.

— Claro. Onde nos encontraremos?

Ele me passou o endereço de uma cafeteria e eu desisti do meu próprio café, seguindo para o quarto e, logo em seguida, para o banheiro, me arrumando para poder sair logo e não me atrasar. O trânsito era o mesmo de sempre, sem nenhuma novidade.

Quando cheguei ao local onde Matheus marcou comigo, logo o avistei pela janela de vidro que cobria toda uma das paredes da cafeteria. Diferente dos outros dias, não vestia um terno, mas não deixava a camiseta social branca. Ele mexia no celular e parecia concentrado no que estava fazendo, tanto que não reparou quando cheguei e me sentei à sua frente.

— Ei, o que houve? — Perguntei, fazendo-o me encarar e ele sorriu, parecendo um pouco nervoso.

— Ah, oi, Mari. Você não quer pedir nada? — Apontou para o seu café.

— Quero pedir que me conte o que aconteceu e pare de me deixar nervosa.

Ele desviou os olhos para os dois lados, guardou o celular no bolso após olhar as horas e cruzou as mãos em cima da mesa. Eu, tentando manter a calma diante do nervosismo que começava a surgir, coloquei minha bolsa na cadeira ao lado e chamei um garçom, pedindo um café. Não acho que conseguiria comer qualquer coisa que fosse.

— Ontem meu amigo foi àquela reunião — ele começou, assim que entregaram o café e eu desviei minha atenção da fumaça que saía do café, para ele.

— E então? — Perguntei. — Se você está fazendo tantas voltas assim para poder me contar o que houve, posso julgar que não é boa coisa.

— Mari, não quero deixar você nervosa ou qualquer outra coisa. Esses advogados hoje fazem muitas acusações infundadas e coisas do tipo, então não precisamos entrar em pânico agora ou tomar decisões precipitadas — disse e segurou minha mão, que estava em cima da mesa de madeira. — Eles estão dizendo que houve um problema no terreno em que, hoje, é a floricultura. Coisas como roubo de terreno, coisa antiga mesmo. Alegam falsificação de documentos, antes da sua mãe comprar o local e dizem que o antigo dono quer tudo de volta.

Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora