Capítulo 28: Rosa coral

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"Não importa, eu vou encontrar alguém como você. Não desejo nada além do melhor para você também."
Adele

Quinta-feira, 09 de junho

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Quinta-feira, 09 de junho

— Saindo com a Melinda? — Eu repeti, tentando assimilar a informação dentro da minha cabeça. — Aquela que me odiava? Do chiclete?

Vini, ainda sentado no sofá, apenas balançou a cabeça em concordância. Eu me sentei também, deixando o relógio e as roupas que carregava ao meu lado. Ele me olhou e, logo em seguida, seu olhar foi em direção ao relógio dourado.

—De quem é esse relógio? — Perguntou, apontando e eu me repreendi mentalmente. Eu poderia ter parado para pensar nas coisas sem largar tudo o que segurava.

— Do Matheus — falei e recebi uma sobrancelha erguida em resposta. — O que é? Só você pode sair com alguém? Deixe de hipocrisia, Vinicius.

Levantei e voltei a fazer o que eu precisava, com Vini me encarando com a boca aberta. Quando eu segui para a cozinha, ele se levantou e veio atrás de mim.

— Você está revelando um lado que eu já tinha começado a pensar que não existia em você — falou e eu não me dei o trabalho de virar para olhá-lo.

— Do mesmo jeito que você está fazendo — rebati e ele cruzou os braços. — Tantas meninas do Ensino Médio e você precisava escolher logo a Melinda?

— Não tem nada demais na Melinda.

— Ah, não, não tem! Só o fato de que ela e aquele maldito chiclete que ela mascava todos os dias eram meus maiores inimigos — eu falei, já começando a gesticular mais do que o necessário. — Não foi você que precisou cortar metade do cabelo por causa daquela louca!

— E não é você que está saindo com ela agora, Mari.

Eu apoiei as mãos na cintura, o encarando com um sorriso irônico. Quando soube das intenções de Matheus, ele foi o primeiro a querer mandar na minha vida e me fazer ficar longe dele, mas, agora que é com ele, eu preciso apenas ficar quieta e apoiar?

— Sai da minha casa.

Ele me olhou, pensando em ainda argumentar alguma coisa, mas eu ergui o braço e apontei na direção da sala. Ele me deu as costas e, então, só o que eu pude ouvir em seguida foi a porta batendo, seguida de um longo suspiro meu.

Sexta-feira, 10 de junho

Olhei no relógio de madeira preso na parede em cima do balcão, vendo que eu tinha muito tempo pela frente e pouco trabalho para fazer. O relógio ainda marcava sete horas, mas eu não conseguia ficar deitada na cama em casa por muito mais tempo, então apenas levantei, me arrumei e vim para a floricultura.

A realidade é que eu realmente não conseguia ficar muito tempo afastada de Vinicius e só o pensamento de que a nossa amizade se tornasse ruínas me aterrorizava. Nós sempre fomos essa dupla imbatível e deixar de ser amiga dele é algo que nunca, sequer, passou pela minha cabeça, mas eu não suportaria esse tipo de atitude.

Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora