"E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre."
Chico XavierQuarta-feira, 01 de junho
Acordei com o celular tocando o alarme em cima da mesa de cabeceira. Com a porta fechada, o quarto estava mais escuro do que nos outros dias e eu tropecei e quase caí quatro vezes, até alcançar a porta. Ao abrir, senti o cheiro de café vindo da cozinha.
Acho que Vinicius poderia dormir mais vezes aqui.
— Bom dia — exclamou quando passei pela entrada da cozinha. — Já pensou no meu pedido?
— A única coisa que eu fiz foi dormir — respondi. — Bom dia.
Ele revirou os olhos e me avisou que tinha comprado pão na padaria a algumas quadras daqui. Eu apenas agradeci e me sentei à mesa, começando a tomar o café e organizando, mentalmente, todas as coisas que teria que fazer antes do almoço, para que pudesse ir ao congresso de floristas com Hugo. Teria que estar em sua floricultura logo após o almoço.
— Marina, você ouviu alguma coisa do que eu falei? — perguntou Vinicius, parado à minha frente, do outro lado do balcão da cozinha.
— Desculpa, não — sorri para ele. — Muita coisa na cabeça, tenho um congresso para ir hoje.
— Congresso? Você não me falou de congresso nenhum — ele disse confuso.
— Não tive tempo para falar, tanta coisa ao mesmo tempo — falei com um suspiro. — É um congresso de floristas, tenho um panfleto em algum lugar. Vou com o Hugo, da outra floricultura.
Vinicius se engasgou com o café, colocando a caneca no balcão e tossindo três vezes antes de respirar fundo e olhar para mim. Eu dei de ombros e ele ergueu uma sobrancelha para mim.
— Ele é um dos possíveis admiradores, Mari — falou, como se fosse um aviso de algo ruim.
— Tudo bem, eu sei — disse despreocupadamente. — Todos eram, até alguns dias.
Terminei de tomar café e me arrumei para ir à floricultura. Claro que, levando em conta que iria ao congresso depois, me arrumei um pouco melhor que o habitual. Quando saí do quarto, Vini arrumava sua mochila na sala, com os cabelos pingando água bem em cima do meu sofá.
— Você estava se arrumando para o congresso ou para o florista? — perguntou enquanto eu pegava uma toalha e secava seus cabelos. Revirei os olhos, peguei minha bolsa e a chave do carro.
— Vejo você mais tarde — me despedi, abrindo a porta e ouvindo ele dizer "arrivederci" antes que eu pudesse fechá-la.
...
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Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]
ChickLitO dia dos namorados é uma data que, gostem alguns ou não, movimenta todo o comércio das grandes e pequenas cidades. Ursinhos de pelúcia, flores, chocolates... é uma das datas que mais gera lucro para alguns setores. Marina, porém, vivia uma relação...