Capítulo 21: Lótus

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"Um coração duro não é proteção infalível contra uma cabeça mole."
C. S. Lewis

Sexta-feira, 03 de junho

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Sexta-feira, 03 de junho

Era sete horas da manhã e eu já me encontrava acordada. Para falar a verdade, não tinha conseguido pregar o olho a noite inteira. A cafeteira à minha frente passava o café enquanto Vini ainda dormia no sofá. Queria estar dormindo como ele, mesmo com o mundo desabando à minha volta.

Ainda não tinha contado nada, talvez por esse motivo é que não tenha conseguido dormir. Matheus, ontem, ficou de me ajudar, mas até agora não tive nenhuma resposta concreta dele, o que está me corroendo por dentro.

Quando a cafeteira finalmente parou com seu barulho incessante, coloquei o café quente na caneca e me sentei em um dos bancos ao redor do balcão. Precisava pensar num modo de solucionar aquele problema e, ao mesmo tempo, não deixar que aquilo tome conta de toda minha mente ao ponto de me deixar sem dormir.

— Bom dia — anunciou um Vinicius sorridente ao passar pela porta da cozinha. — Feliz aniversário para a melhor amiga de todo o mundo — disse me abraçando.

Eu tinha esquecido meu próprio aniversário. Não é como se as coisas estivessem muito felizes hoje.

— Que cara de enterro é essa? — perguntou assim que se sentou à minha frente, já com uma caneca de café em mãos.

— Problemas — respondi. — Muitos problemas.

— Sabe que estou aqui sempre que você precisar, não é? — falou, estendendo-me a mão por cima da mesa e eu a peguei. — Agora desamarra essa cara porque hoje é seu aniversário.

...

Fernanda e Rafaela tinham acabado de voltar do almoço, as duas só sabiam falar que eu, apesar de tudo, devia estar feliz pelo meu aniversário e tudo mais. O problema é que meu aniversário sempre me lembraria Filipe, não importa as circunstâncias. A ferida ainda está aberta e festas de aniversário eram como abrí-la ainda mais.

— Qual é, Mari, vamos lá — começou Fernanda, pela décima vez. — Vocês quase se acertaram e uma festa não faria mal algum.

— Só para os mais íntimos — pediu Rafaela, com aquela carinha do Gato de Botas.

— Façam o que vocês quiserem, tá bom? — me rendi. — Vou almoçar.

Saí da floricultura e me dirigi até o restaurante onde tinha combinado de encontrar com Matheus. Quando passei pelas portas de vidro que refletiam o sol que estava fazendo hoje, completamente contrário à chuva que caiu ontem, já avistei Matheus sentado em uma das mesas. Ele acenou para mim e eu andei até ele.

Flores para uma florista - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora