Katherine Kavanagh
Levanto-me sentindo minha cabeça ligeiramente latejar. Sento-me um pouco atordoada e levo alguns segundos para minha lembrar da madruga tão conturbada. As lágrimas ameaçam voltar e eu aperto meus olhos em uma tentativa frágil de segurá-las. Elliot não sai da minha cabeça, seus lábios tocando os meus docemente. Seus braços me segurando. Tudo isso é tão ridículo, eu não acredito que chorei por ele. Eu jurei que jamais choraria por ninguém, ninguém! Como se não bastasse ter sido abandonada pelo pai do Pietro, agora eu sou simplesmente rejeitada com o único cara que mexe comigo.
Seco as lágrimas quando ouço Pietro chorar, vou em direção ao seu quarto tentando me conter. Eu o deixe atordoado ao chorar na sua frente, e isso não vai se repetir. Meu filho está em pé no berço, segurando-se na grade e parece estar bravo pela forma como gunguna.
—Oi meu homenzinho. —Sussurro curvando-me contra ele.
—Lé, lé, lé. —Pietro repete bravo e eu paro confusa. —Lé, lé, lé!
—Você não está chamando o Elliot, não é mesmo? —Pergunto insegura e ele sorri mostrando os dois primeiros dentinhos.
—Lé, lé.
—Pietro, pare com isso! —Falo brava e me arrependo ao ver seu bico de choro. Suspiro e o pego do berço. —O Elliot não é nada seu.
—Lé, lé, lé. —Pietro insiste batendo palminhas.
—Pare com isso, por favor. —Peço enquanto caminhamos até a sala, noto a presença de papai pelo canto dos olhos, mas passo direto ao ouvi-lo conversar, e eu imagino que é com Ray.
—Tia Kate?
A voz de Ava me faz congelar na porta da cozinha, sou tomada por uma onda de medo e arrependimento. Arrependimento por fazê-lo chorar, mesmo dizendo que estaria com ela, e medo porque se ela está aqui, Elliot também está. Pietro olha primeiro e solta um gritinho seguido por 'Lé, lé, lé'. Viro-me com o coração disparado e vejo papai sentando, olhando seriamente para Elliot que senta no outro sofá e sua pequena Ava do lado.
Papai está com seu olhar de homem de negócios, então eu imagino que eles tenham conversado.
—Papai... —Sussurro insegura.
—Querida, eu tive que o ouvir. —Meu pai fala se aproximando e pega Pietro. —Agora é sua vez. Venha menina, vamos comer algo.
Ava me olha e depois encara seu pai, então ela levanta e vai para a cozinha com papai e Pietro. Começo a torcer meus dedos nervosamente. Eu quero gritar, xingá-lo, mas não tenho forças, não depois que ele me viu chorar feito uma criança, e depois simplesmente me deixou.
—O que você faz aqui, Elliot? —Pergunto de forma dura e ele suspira. Elliot se levanta e anda de um lado para o outro, passa as mãos pelos cabelos e suspira de novo.
—Eu vim pedir desculpas. —Ele diz e eu arqueio uma sobrancelha. —Eu nunca deveria ter te beijado.
—É mesmo? —Digo mais ferida.
—Espero. —Ele pede aparentemente nervoso. —Eu quis dizer que não deveria ter te beijado e depois te desprezado.
—É? Você deveria ter falado isso antes. É melhor você ir embora.
—Kate... Katherine, espere. —Elliot se aproxima parando na minha frente, ele segura minhas mãos e meu coração para. —Eu fui um tolo, agi como um garoto imaturo e não percebi o que estava claro.
—E o que estava claro? —Por mais esforços que eu faça em tentar prender as lágrimas, elas já estão caindo.
—Que você não saia da minha cabeça, desde o primeiro momento. Que você e o Pietro são duas pessoas muito especiais, que eu quero sim perto de mim e da minha filha, mas eu como um idiota medroso, acabei estragando tudo, mas eu estou aqui Katherine, te pedindo desculpas, e pedindo uma chance para te fazer feliz e ser feliz ao seu lado.
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Segunda Chance
FanfictionAos dezesseis tudo pode acontecer... até mesmo para Anastásia Steele. Após alguns problemas no passado, ela é mantida sobre o controle total da mãe, o que a impedi de descobrir mais sobre um mundo, mal ela poderia imaginar que tudo aquilo mudaria. Q...