Abigail
—Aby! Acorda, acorda, acorda! —Gabriela diz pulando em cima de mim.
—Ei, o que foi pestinha? —Pergunto empurrando-a.
—Tem um monstro lá embaixo. —Gabriela fala agarrando meu braço.
—Não existe, monstro. —Puxo minha manta e Gabriela tomba para o lado.
—Vamos, por favor, vem. —Insiste.
—Ok. Você venceu, mas depois que eu provar que não existe monstros, você me deixa dormir. —Falo enquanto andamos para fora do quarto.
Desço as escadas com Gabriela e ao chegarmos na sala, sinto meu coração disparar. Anastásia e Christian estão conversando com... meu pai. Ele está sentando no sofá, como se fosse uma visita. As lágrimas tomam meus olhos quando me lembro de tudo que ele fez... do que ele foi capaz de fazer comigo.
—Aby... —Ele sussurra me olhando, e sorri. Sorri como se ele me visse todos os dias, como se me amasse. Como se ele não tivesse tentando me vender,
—O que ele faz aqui? —Pergunto sentindo as lágrimas escorrerem.
—Abigail, seu pai...
—Ele não é meu pai! —Grito interrompendo Anastásia. —O que ele está fazendo aqui?
—Querida, ele veio falar com você. —Christian diz vindo para o meu lado.
—Falar o que? Sobre como foi fácil me vender?
—Não... eu vim pedir desculpas. —Ele diz se levantando.
—Gabby, vai lá ver a Mel. —Ana pede e Gabriela me olha preocupada. Balanço a cabeça e ela sai correndo.
Encaro meu pai e tento conter a minha raiva, mas parece impossível. Ele não pode simplesmente fazer tudo o que fez e ainda estar aqui. Solto.
—Como você saiu da cadeia? —Pergunto tentando me conter.
—Advogado. —Ele sussurra. —Querida, eu... sinto muito.
—Sente? Você sente?
—Sim. Por mais que você ache que não, eu me arrependo tanto. Eu deveria ter cuidado de você.
—Deveria mesmo, mas tudo que você fez foi beber e beber, depois você simplesmente me vendeu. Você já pensou onde eu poderia estar agora?
—Sim... —Ele diz parecendo estar arrependido, mas eu não consigo acreditar. —Quando sua mãe morreu, eu fiquei tão desiludido. Eu... cuidei de você, mas a cada ano se tornava mais difícil, você estava crescendo e eu não sabia ser um bom pai. Eu jurei que tentei, mas você estava cada vez mais parecida com ela. Eu não conseguia ficar perto de você sem lembrar da sua mãe. Era tão difícil esquecê-la.
—Então você resolveu me mandar para longe porque era difícil para você?
—Sim. —Papai sussurra e eu fecho meus olhos ainda, mais ferida. —Foi um erro, um grande um erro. Eu me arrependi muito. Eu juro. Eu senti tanta sua falta... das conversas... dos nossos jantares...
—Isso não vai mais voltar. —Murmuro mantendo meus sentimentos de lado. —Você não pode simplesmente me vender, e voltar aqui pedindo desculpas ainda achando que nós vamos jantar juntos nos sábados. Eu não quero você perto de mim. Eu estou muito feliz sem você. Essa é a minha família.
—Mas eu sou seu pai, Aby.
—Não, você é só um bêbado que vendeu a própria filha. Meu pai é ele. —Digo olhando para Christian. —Eu não quero ver você outra vez. Agora se me dão licença, eu tenho que me arrumar para o colégio.
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Segunda Chance
FanfictionAos dezesseis tudo pode acontecer... até mesmo para Anastásia Steele. Após alguns problemas no passado, ela é mantida sobre o controle total da mãe, o que a impedi de descobrir mais sobre um mundo, mal ela poderia imaginar que tudo aquilo mudaria. Q...