Abro os olhos assustada, com o coração disparado, e novamente ouço o barulho de um disparo. Encolho-me no cantinho quando ouço passos na escada. A bile sobre a minha garganta quando começam a tentar abrir a porta. Eu não tenho noção de que horas são, acho que peguei no sono, então acordei com gritos e tiros, e agora eles estão aqui. A porta é aberta com um estrondo, e logo está ao chão.
Meu coração dispara ainda mais quando vejo George, ele está parando, pela fraca luz posso ver suas roupas sujas de sangue e a arma em sua mão. Ele se aproxima e eu me encolho fechando os olhos, mas tudo que sinto são meus pés sendo soltos.
—O que você está fazendo? Ela vai matar você. —Murmuro apavorada.
—Não. Ela vai matar você, a Mabel fugiu, e eu sugiro que você faça o mesmo. —George diz me estendendo sua mão e eu seguro me levantando.
—Eu conheço você? —Pergunto lembrando vagamente do seu rosto.
—Conhece, mas agora fuja daqui, Anastásia, ela vai voltar.
—Aonde ela foi?
—Fugiu. —George fala se virando e começa a andar, rapidamente vou atrás dele. —Ela sumiu.
—Como?
—Eu vou descobrir, e tenha certeza, eu vou acabar com ela! —George diz segurando meu braço e começa a me puxar escada a cima.
Fico horrorizada ao ver Bob caído ao chão, mas não tenho um pingo de sentimento, ele só me causou mal. Muito mal. Encaro George e ele balança a cabeça e chuta Bob que uiva de dor.
—Vá, pegue suas coisas e saia daqui. —George insiste.
—Eu não posso, eu não tenho para onde ir. —Murmuro apavorada.
—Lá, colina abaixo, alguém vai estar te esperando. Siga as instruções dela. —Ele diz. —Pegue a menina e saia daqui.
—Gabby... —Sussurro e sinto um aperto. Sem pensar duas vezes viro-me e corro para o quarto de Nana.
Empurro a porta e sinto meu coração se quebrar ao ver Nana caída no chão com o peito sangrando, aproximo-me correndo e a puxo para os meus braços.
—Menina... —Ela sussurra fraca.
—Nana, eu estou aqui, vai ficar tudo bem. —Sussurro acariciando seu rosto, agora com as minhas mãos sujas.
—Eu prometi que ia te tirar daqui. —Nana diz de forma fraca e sempre pausando. —E ela disse que me mataria, mas agora você vai ser livre, você e sua filha.
—Nana, não... —Imploro sentindo as lágrimas quentes caírem. —Por favor, não me deixa.
—A Gabby está na portinha secreta, pegue-a e a leve.
—Por favor, não faz isso comigo.
—Eu sinto muito não ter feito antes... —Nana murmura e essas são suas últimas palavras antes que seus olhos se fechem lentamente.
—Nana! Não. Não. Não. —Imploro sacudindo-a.
—Mamãe. Mamãe. —Ouço Gabby chamar e meu coração dispara.
—Minha filha. —Sussurro soltando Nana devagar e me arrasto até a portinha secreta ao lado da cama, abro-a e vejo Gabby sentada toda encolhida, ela me olha com puro medo e isso acaba comigo.
—Mamãe... —Gabby diz começando a chorar e eu a puxo para os meus braços.
Por um segundo meu coração para. Minha filha, minha pequenininha. Minha gotinha de amor. Ela está aqui, nos meus braços de novo. Ah, filha! Já faz meses que não a vejo. Mabel sempre a deixava aqui trancada com Nana para eu não a ver. Gabriela e minha filha e de Jack, filho de Bob, aquele maldito acabou comigo, e minha mãe fez pior tomando minha filha de mim, mas agora eu vou cuidar dela, e ninguém nunca vai nos separar de novo, nunca.
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Segunda Chance
أدب الهواةAos dezesseis tudo pode acontecer... até mesmo para Anastásia Steele. Após alguns problemas no passado, ela é mantida sobre o controle total da mãe, o que a impedi de descobrir mais sobre um mundo, mal ela poderia imaginar que tudo aquilo mudaria. Q...