Lucas
Cinco passos depois de passar pelo portão, a porta ja estava aberta, cadeiras na recepção e em fim o balcão:
- Tereza? - a chamo e logo ouço o barulho de alguém se mexendo.
- Bom dia doutor Lucas.- minha secretaria fala.
- Bom dia.
- O seu amigo Carlos está te esperando na sua sala.
- Tudo bem. Pode levar até la por favor o tigela de algo do Marlon?
- Claro.
- Obrigado.
Me afastei do balcão com Marlon ao meu lado, foi difícil ter que me separar do Merlin depois que ele envelheceu, ele não havia morrido, mas ainda assim tive que deixa-lo ir para que pudesse descansar depois de anos me acompanhando, talvez essa fosse uma das partes mais difíceis de toda a minha situação.
Abri a porta da minha sala e sorri já sabendo o que viria a seguir, ele nunca tinha aprendido e sinceramnete eu ja havia desistido de o repreender por isso, então apenas aceitei o abraço repentino do Carlos feliz por ele estar ali:
- Desculpa por invadir sua sala assim.
- Tudo bem, contanto que não tenha roubado nada.
- O que tem pra roubar aqui? Seus livros sem letras?
Apenas ri e me sentei na minha poltrona, o ouvi se sentar também e suspirar, talvez eu o conhecesse de mais, ou talvez fosse só intuição, mas eu sabia que ele me perguntaria algo qu provavelmente eu não iria gostar de responder:
- Por que tá com essa cara?
- Que cara?
- De preocupado, cansado e irado.
- É o Nick - admiti porque sabia que não conseguiria o enrolar.
- Ele tá aqui?
- Tá. Voltou todo machucado e se recusa a dizer o que aconteceu.
- Deve ter arrumado uma briga.- deu de ombros.
- Ele não é de brigar Carlos, e tenho certeza de que isso não aconteceu por culpa dele.- falei sentindo meu estomago embrulhar ao pensar no que meu filho estava passando.
- Quer saber o que eu acho?
- O que?
- Que ele não vai te contar o que quer que tenha acontecido se continuar pegando no pé dele. - ele suspirou- O Nick já ta bem grandinho pra saber onde esta se metendo, e nós dois sabemos que ele não suporta que se metam na vida dele.
- Sei disso melhor que ninguém.- murmurei.
- É eu sei que sabe. Tenho certeza que ele vai te contar tudo quando estiver preparado.
- Tenho certeza que ele vai me enlouquecer.
- Ele ou a Helena?- perguntou rindo.
- Os dois! Ela colocou na cabeça agora que quer morar com o namorado.
- Ela sabe o que quer, faz tempo que não vejo alguém tão decidida como ela, desde de a Laura é claro!
- Claro- sorri inevitavelmente - se não fosse pela insistência dela não sei se estaríamos aqui hoje.
- É Lucas, no fim das contas eu acabei sendo conselheiro de um psicologo. Devia aprender a analisar os próprios problemas.- propôs de um jeito irônico.
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Eu Nunca Disse Adeus
Romance| EM REVISÃO | Ser cego não significa não enxergar nada,quando deixamos de ver o exterior procuramos pela personalidade, caçamos vestigios do invisível e cremos no que pensamos compreender. Talvez essa não seja apenas uma deficiência dos olhos,mas t...