Nicolas
- A sua irmã vai acabar me deixando louca! É o terceiro namorado dela em sete meses!
Minha mãe estava realmente irritada, e eu apenas me sentindo em casa. Só Deus sabia o quanto senti falta das loucuras da Helena, da super proteção da minha mãe e do companheirismo do meu pai, naquele instante com o cheiro inconfundível de macarronada invadindo o ambiente eu só conseguia sorrir, e talvez tentar convencer minha mãe que Helena já estava bem grandinha para tomar conta do próprio nariz, ela sabia melhor que ninguém o que fazer:
- Mãe relaxa, uma hora ela vai sucegar.- falei calmo.
- Não é o que tá parecendo. - bufou - deixa o Lucas ficar sabendo disso, ele vai ter uma boa conversa com ela.
- Ele ja teve milhares de boas conversas com ela e nenhuma adiantou.
- Você podia dar alguns conselhos para a sua irmã.
- Conselhos? Eu? - ri achando graça da sugestão dela- não mãe, to mais para ouvinte do que conselheiro.
- Com licença família- ouvi a voz do Diogo ecoar no ambiente e sorri feliz por ele estar ali.
- Oi querido, entra. O almoço ja tá quase saindo.- minha mãe falou carinhosa.
- Da pra sentir o cheiro la da rua.
- Já to babando aqui enquanto espero - falei ouvindo meu estômago roncar.
- Calma filho que ja já sai.
Senti uma mão pousar sobre o meu ombro e virei meu rosto assustado, mas ele apenas deu sinal para que eu ficasse quieto, e falou baixo para que apenas eu pudesse ouvir:
- Preciso falar com você.- sua voz estava tensa, devia ser algo sério.
- Tem que ser agora?
- Necessita! Vamos la para fora.- pediu.
- Ta ok.- procurei minha bengala sobre a bancada da cozinha, a abri e me levantei- mãe eu vou ali fora com o Diogo e já volto. Não começa a almoçar sem a gente.
- Não demorem.
- Não vamos.
Diogo saiu na minha frente e eu logo o segui para o quintal, quando chegamos eu parei e ele pareceu agitado enquanto batia o pé nervosamente no chão:
- Fala Diogo- pedi ansioso.
- Ta legal, a Penélope me ligou hoje de manhã.
- A Penélope? - perguntei confuso, não havia sentido nenhum ela ligar para ele, ela vivia o evitando desde sempre.
- A própria.
- Tá e o que ela queria?
- Ela tava muito agitada, parecia até que tava chorando mas não sei bem se estava mesmo. Daí ficou repetindo o nome da Melissa e eu comecei a ficar confuso.
- E?
- E que então ela disse que precisávamos voltar o mais rápido possível para o Rio.
- E você quer voltar por que ela pediu? Ela é louca Diogo!- falei irritado, realmente não entendia como o Diogo conseguia se interessar por alguém como ela.
- Ela disse que a Mel tá correndo perigo, é por isso que eu quero ir Nick. - suspirou- ela desligou o telefone depois disso e desde então não atende minhas ligações. Só eu acho que isso tá bem estranho?
Eu fiquei parado por um instante boquiaberto, aliás não era sobre ele mas sim sobre mim:
- Você pode ir?- perguntei ja sentindo meu mundo desabar.
- Não tenho emprego, fico o dia inteiro coçando a bunda e minha mãe já tá quase me expulsando de casa. Acho que posso ir- falou descontraído talvez tentando acabar com a tensão.
- Vamos agora mesmo.
Me virei voltando para dentro de casa já pensando no que levaria, enquanto Diogo me questionava várias coisas sem importância. Não dava a mínima se meus pais não entenderiam minha saida repentina, a Mel precisava de mim e eu não exitaria em a ajudar.
Melissa
Não tinha conseguido pregar o olho durante toda a noite, sentia como se nada mais fizesse sentido, como se minhas forças para lutar tivessem se esvaido, porém eu lutei, não atendi o Aislan quando ele ameaçou invadir minha casa, me tranquei mas ele cumpriu a ameaça, pulou o portão, e eu até teria continuado fugindo se ele não tivesse apontado uma arma na minha direção e ameaçado atirar. Não podia fazer meus pais correrem perigo, não podia gritar e chamar a atenção da minha mãe, não podia abusar da minha sorte e correr o risco dele atirar em mim, não me importaria de morrer, mas me importava com a vida do meu bebê.
Por isso eu fui, saí de bom grado depois de convencer minha mãe que realmente precisava voltar para o Rio. Ele me esperou do lado de fora e eu entrei no carro em silêncio, não conseguia encarar aqueles olhos maquiavélicos.
Então naquele instante no carro, após horas de viagem para um lugar desconhecido eu não conseguia dizer nada, não conseguia ao menos sentir e muito menos raciocinar:
- Ta com fome? Com sede? - ele perguntou e eu não me dei o trabalho de parar de olhar para a janela.- fala comigo meu amor, tenho certeza que esse bebê é meu querida, não precisa ficar preocupada ok? Mas só para não haver erros vamos fazer o teste para ter certeza.
- Não vou fazer droga de teste nenhum.- resmunguei.
- Vai sim, e não há nada que te impeça de fazer.
- Minha vontade não importa? - falei sinica, meu humor no mínimo estava péssimo.
- Nunca importou querida.
Não disse mais nada, tudo me atormentava, tudo me deixava completamente paranoica, não que eu já não l estivesse, não tinha ideia de de quem era o bebê, e realmente não sabia o que Aislan faria se descobrisse que não seria pai.
Precisava mais do Nick do que qualquer coisa naquele momento, precisava do jeito fácil dele levar a vida, da falta de preocupação, do stress repentino, do humor negro e acima de tudo do seu amor. Podíamos ser uma família, mesmo que essa promessa estivesse bastante ameaçada ultimamente:
- Aislan? - o chamei finalmente o encarando e me sentindo pequena diante dos seus olhos absurdamente azuis.
- O que meu amor?
Era tão ridículo a forma doentia que ele tentava fantasiar que éramos felizes:
- E se você não for o pai do bebê? E se for o Nick?
- Nick? Tá falando daquele ceguinho que trabalhava na agência? - resmungou franzido o nariz como se estivesse com nojo.
- Aquele que você quase matou - respondi sentindo a raiva em cada sílaba pronunciada.
- Ah sim- fingiu ter se lembrado - devia ter terminado o trabalho aquele dia, mas só queria te dar um susto.
- Responde a minha pergunta- pedi irritada.
- Bom meu amor, vamos dizer que se o bebê por acaso for dele, você não continuará grávida por muito tempo.
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2 de 10 para o fim!!
Tá quase gente e as coisas estão piorando!
O que vai ser da Mel e do Nick ? Alguém aposta em alguma saida?
Beijos até o próximo! Amo vcs.
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Eu Nunca Disse Adeus
Romance| EM REVISÃO | Ser cego não significa não enxergar nada,quando deixamos de ver o exterior procuramos pela personalidade, caçamos vestigios do invisível e cremos no que pensamos compreender. Talvez essa não seja apenas uma deficiência dos olhos,mas t...