- Você já devia ter ido falar com ele, antes de embarcar numa lua de Mel para Búzios!- Peny me repreendeu enquanto arrumava algo em sua bolsa.
- É, eu devia.
- E também devia ter contado sobre o Nicolas, ele não vai ficar nada feliz mas devia contar mesmo assim.
-O que eu ganharia com isso?
- Nada, só acho que ela merece uma explicação.
- Você acha muitas coisas Peny, mas poucas delas realmente importam- falei sentindo a irritação pesar na minha voz.
- Ta ok parei, mas só porque prometi me comportar.
- Tudo bem.-suspirei tentando dar de ombros, mas a tensão não havia se esvaido completamente de nós .- Ta pronta?
- Prontissima.
Saímos de casa sem pressa, após a noite de ontem eu achei que oferecer uma carona para Penélope não seria ruim, aliás tinhamos feito as pazes, e se eu queria que ela voltasse a ser minha leal amiga então também teria que dar um voto de confiança para ela. O caminho foi feito em silêncio, a não ser pela música animada que tocava numa rádio qualquer, aínda não estávamos confortáveis em conversar abertamente, e isso era horrível.
Assim que entramos na agência seguimos caminhos diferentes, e meu coração começou a bater mais forte, primeiro porque eu estava prestes a ver o Aislan, segundo porque eu teria uma conversa nada agradavel com ele, e terceiro porque o Nick deveria estar por aí, e não seria nada legal se eu esbarrasse nele logo hoje, não que eu não quisesse, é claro que eu queria vê-lo , me aconchegar em seus braços e me derreter, mas não podia, não hoje e não aqui:
-Melissa? - Bruna parou na minha frente sorridente- meu Deus o que você ta fazendo aqui?
- Vim ter uma conversinha com o chef -ironizei -ele ta ai?
- Ta sim, so um instante que vou te anunciar.- ela foi pegando o telefone e eu me peguei quase tirando o aparelho das mãos dela.
- Não por favor, não precisa anunciar.
- Tem certeza?
-Tenho.
- Tudo bem então.
-Obrigada Bruna- falei feliz por ela não ter insistido.
Não me dei ao trabalho ao menos de bater na porta, apenas a abri e de imediato também ouvi uma repreensão, mas não me importei, simplesmente o encarei enquanto ele começava a falar com um tom desafiador na voz:
- A ingrata resolveu aparecer? - levantou uma sobrancelha num tom zombeteiro.
- Não vim para brigar Aislan.
- Veio para o que então? - falou agora com sua voz assumindo um tom rude, ele apoiou as mãos no tampo da mesa e a levantou como se estivesse se preparando para uma briga - Porque eu não vejo o que podemos fazer se não brigar.
- Vim resolver minha situação na empresa- falei tentando manter meu foco e ignorando suas provocações.
- Situação? - riu- querida você não tem mais nada aqui, nada ao que se possa prender.
- Não sei se se lembra mas eu não quero me prender a nada daqui, quero apenas meus direitos.- falei calma.
- Você não tem direito nenhum, não depois do que fez!
- Não é você quem decide, você é apenas um dos donos da agência e isso não te da o direito de tirar os meus direitos. Eu posso ir até os outros donos...
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Eu Nunca Disse Adeus
Romansa| EM REVISÃO | Ser cego não significa não enxergar nada,quando deixamos de ver o exterior procuramos pela personalidade, caçamos vestigios do invisível e cremos no que pensamos compreender. Talvez essa não seja apenas uma deficiência dos olhos,mas t...