35》E o pai é...

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Nicolas

Pai? Eu ... Pai. Não! Aquilo literalmente não fazia sentido algum, como? Na verdade eu sabia exatamente como, mas por que? É, talvez porque fosse a pergunta certa. Se aquilo realmente era verdade por que raios ela não tinha me contado? Porque ela tinha me escondido e ao menos me ligado?

- Nick se você não acalmar os nervos e se sentar eu juro que te dou um tiro.- Diogo falou provavelmente irritado de mais com toda a minha falta de paciência.

- Você não tem arma.

- Você não enxerga meu amigo, então com certeza não sabe se tenho ou não.- me provocou e deu dois tapinhas no meu ombro.

- Você ficaria calmo se soubesse que pode ser pai? - perguntei irritado enquanto achava uma poltrona e me sentava. Ainda me lembrava muito bem da disposição dos móveis no nosso apartamento.

- Eu posso ser pai - desdenhou - só não fiz nada para que isso acontecesse.

- Você é insuportável Diogo.- praguejei entre dentes e passei a mão no cabelo completamente exausto e inconformado.

- Não, só não sou um depravado igual você.- revidou.

- Muito engraçado.

- Vou arrumar alguma coisa pra gente comer.

- Não tem nada no armário e nem na geladeira.- murmurei.

- Que ótimo! - ele parecia mesmo frliz por causa da falta de comida? -Vou pedir uma pizza.

Fechei meus olhos completamente abalado. Não tinha ideia do que faria, do que falaria e de como a encontraria. Ele precisava saber que mesmo eu estando louco com toda a situação ainda assim ficaria do seu lado para o que viesse, aliás, podíamos formar uma família, e não tinha nada mais que eu quisesse do que a ter ao meu lado, em segurança, longe das mãos do Aislan.

- Por que ela não me ligou Diogo? -perguntei melancólico.

- Pera que to ligando para a pizzaria.- falou e eu tentei ficar em silêncio com os meus pensamentos enquanto ele pedia uma pizza de frango com catupiry e outra de calabresa- Tá legal Nick! - suspirou após encerrar a chamada - talvez ela só esteja retribuindo o favor não acha?

Fazia sentido, depois de eu sumir por um bom tempo, não dar notícias e ao menos procurar saber dela, não era de se admirar que ela não quisesse mais falar comigo, e eu não podia negar que Melissa tinha motivos de sobra para aquilo:

- O que eu faço?

- Espera, e reza pra que ela esteja bem.- seu tom de voz abaixou - Eu sei que ela te ama Nick, e sei também que você está mais do que arrependido pelo que fez.

- É, eu to.

- Então não há motivos para ela não te perdoar. Poxa! Você pode ser pai. Da pra acreditar?

- Não Diogo, não dá. - resmunguei- É por isso que to nesse estado.

- Mas admite, você tá feliz ne?

- To - sorri fraco - Mas mais do que feliz eu to preocupado.

- A gente vai achar ela.

- Como?- perguntei desesperado- Não temos nada, literalmente nada que nos possa levar até ela!

- Mas vamos achar Nick! Nós temos que a achar.

Um som estridente do celular tocando me tirou do meu estado de frustação, a possibilidade de talvez ser ela me deixou meio paranoico. Peguei o aparelho apressado e atendi :

Eu Nunca Disse AdeusOnde histórias criam vida. Descubra agora