Capítulo 33

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Obs: Leiam o capítulo ouvindo a música.

BENJAMIN

Belle me abraça forte me passando confiança e beija a minha bochecha quando paro em frente ao quarto onde o meu "pai" está nesse momento

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Belle me abraça forte me passando confiança e beija a minha bochecha quando paro em frente ao quarto onde o meu "pai" está nesse momento.

Minha ruiva está triste, mas está fazendo de tudo para me ver sorrir. Annabelle está se mostrando uma mulher mais do que companheira. É isso me faz amá-la ainda mais do que amo. Essa ruiva maravilhosa apareceu em minha vida no momento certo.

Desde que recebi a notícia ela não saiu mais do meu lado, o que me deixou bastante tranquilo, pois no fundo eu estou sentindo mais do que deveria. Afinal esse homem nunca cuidou de mim, nunca me deu o amor paterno que eu necessitava. Não tenho raiva por ter sido abandonado, eu sinto algo muito pior, mágoa, a dor de ser abandonado pelas pessoas que deveriam te amar mais que tudo é terrível. Não posso reclamar da minha infância, mas doía tanto quando tinha reuniões de pais em minha escola, pois todas as crianças iam acompanhadas de seus pais, menos eu. Quando cheguei a adolescência foi ainda mais complicado, pois meus amigos sempre me perguntavam onde os meus pais estavam e eu não sabia o que responder, pois nem contato com meus pais eu tinha. Mas tenho que agradecer muito aos meus avós, porque se não fosse eles eu não seria o homem de caráter que sou hoje.

Abro a porta devagar e respiro fundo antes de olhar para a cama onde um homem que aparenta ter mais de cinquenta anos está deitado com vários fios ligados ao seu corpo. Em seu rosto há algumas manchas roxas indicando que o acidente foi bem mais grave do que eu realmente imaginava.

— Benjamin — Sussurra baixinho sem ao menos abrir os olhos.

Caminho em passos lentos até a cama do hospital onde ele está deitado um pouco receoso por estar muito próximo.

— Estou aqui. — Digo me sentando em uma cadeira ao lado da cama. — Soube que o senhor queria me ver.

Ele esboça um sorriso e finalmente abre os seus olhos azuis como os meus. Eu puxei algumas coisinhas para o meu pai, como o sorriso, o formato de minha boca, e as minhas sobrancelhas.

— Sim. — Me olha ficando com os seus olhos marejados. — Precisava te ver meu filho, esse foi o meu último pedido.

— Não fale assim, o senhor não irá morrer. — Deixo que uma lágrima escorra pelo meu rosto enquanto suplico com o meu olhar para que me desminta tudo que falou. — Por favor.

— Meu filho... — Começa a falar colocando uma mão em meu rosto deixando várias lágrimas rolarem pelo seu rosto. — tenho tanto orgulho de te ter como filho Benjamin, tenho orgulho do homem que você se tornou hoje. Se tem uma coisa que nunca irei perdoar foi ter te abandonado, e infelizmente eu não posso voltar no tempo e fazer tudo diferente pois é impossível. Você tinha tudo para se tornar um homem amargurado com a vida, mas você não é, ao contrário, é um homem bom, alegre, feliz​, puro de coração. Não tivemos momentos de pai e filho, eu ao menos sei qual é o seu sabor de sorvete favorito, e me dói saber que não terei chance de te conhecer mais um pouquinho, pois já chegou a minha hora.

Você Não Soube Me Afastar (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora