Bônus - Parte II

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THIERRY

Luna se senta no chão da sala brincando com uma pequena vasilha de plástico que achou no armário da cozinha

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Luna se senta no chão da sala brincando com uma pequena vasilha de plástico que achou no armário da cozinha. Qualquer coisa simples é capaz de entreter a criatura ruivinha.
Depois que se alimentou ela parou de chorar um pouco, mas a todo momento fala do seu "pai", de sua mãe e da irmã.
Em alguns momentos ela ficou cantando uma música sozinha, e me disse que era a música de princesas que o seu "pai" canta para ela e para a irmã todas as noites antes de dormir. Eu particularmente jamais cantaria uma música tão boba para a Luna, até porque não vejo necessidade de cantar para ela antes de dormir, ou para qualquer outra criança insuportável, é algo totalmente sem sentido.

Já se passam das dez horas da noite, de jantar fiz um macarrão instantâneo para a Luna que comeu sem reclamar muito. Graças a Deus ela não é tão chata na hora de se alimentar, come de tudo.
Falta menos de trinta minutos para finalmente sairmos dessa cidade. A família de Annabelle já deve estar atrás de mim como loucos, não posso ficar aqui muito tempo, pois vão me achar.

 Eu e Annabelle poderíamos ser uma família feliz juntamente com a nossa pequena filha, mas sei que ela jamais deixaria o seu marido. E eu também não quero cuidar da filha de outro homem, não sou frio a esse ponto. Prefiro ficar somente com a Luna do que cuidar de uma criança que não é nada minha, uma criança que não tenho contato algum, nunca nem vi em minha vida, e nem pretendo ver.

— Florzinha. — Mostra uma flor de plástico que enfeitava a mesa da cozinha, mas ela acabou pegando para brincar, e eu deixei. — É amalela, muito bonitinha, titio. 

— Fique calada, por pelo menos dez minutos. Você não tem nem três anos de idade e já fala mais que uma criança de seis anos. Não é impossível ficar calada. — Digo passando a mão nos meus cabelos nervoso. Ela faz um biquinho e olha para baixo voltando a brincar. — Vou fazer um leite para você, pois vamos passear daqui alguns poucos minutos. Me aguarde aqui, Luna.

— Tá bom titio. — Concorda.

 Se não soubesse que ela tem apenas dois anos e alguns meses iria pensar que era mais velha, pois é extremamente inteligente para a sua pouca idade, é muito evoluída. Em certas partes tenho orgulho de ter uma filha linda como ela, mas pelo jeito ela nunca terá orgulho de ter um pai como eu.

 Preparo a leite e entrego o copo para a criatura que pega sorrindo de uma maneira doce. Até parece que não devorou um prato com macarrão sozinha. Pelo menos de fome ela não vai morrer ao meu lado. Infelizmente não pude dar um banho nela, porque esqueci de comprar roupas para ela, o que foi muito idiota da minha parte, faz tempo que queria pegar minha filha, tinha que ter me preparado. 

 Entro no pequeno escritório do apartamento e me sento na poltrona atrás da mesa. Mesmo que não tivesse pegado a Luna a polícia continuaria atrás de mim, na verdade estão atrás de mim desde que agredi Belle fisicamente na calçada do prédio onde morava. Há alguns meses homens contratados pelo seu atual marido da minha querida ex noiva me encontraram, por sorte consegui fugir, mas antes de fugir eles me bateram muito, pensei que morreria naquele dia. O marido dela não é tão bom, mas no seu lugar eu faria o mesmo, sei que fui muito covarde com a Belle ao agredilá-la fisicamente.

— Titio... — A menina irritante diz entrando no escritório sem bater na porta. — bebi tudinho. — Ela me mostra o copo vazio que está em suas mãos. 

— Não pedi que você me comunicasse isso, mandei que ficasse quieta naquela maldita sala brincando. O que você tem contra ficar quieta e calada? — Pergunto nervoso. — Vou te ensinar a ser mais quieta e mais calada, e se não aprender por bem aprenderá por mal.

— Meu papai diz que eu sou uma criança boazinha. — Diz passando a mão no seu rosto afastando uma mecha ruiva que estava tampando parte dos olhos. — E minha mamãe também.

Reviro os meus olhos.

— Já te disse que eu sou o seu pai, e não aquele homem. Você não tem nada dele, nada. — A pego em meus braços olhando os seus olhinhos arregalados. Ela está com medo de mim.

Pego as chaves do meu carro e saio do apartamento indo até o elevador. Não tenho nada para levar daqui, esse apartamento não é meu, é alugado. Luna ainda é muito pequena, logo vai esquecer da família que tinha aqui, e a sua única família será apenas eu.
No trajeto do apartamento até o estacionamento do prédio a pequena ruiva permanece calada, o que já é um verdadeiro milagre na minha opinião.

A coloco em sua cadeirinha no banco de trás do carro observando um pequeno biquinho se formar em seus lábios. Tenho consciência que daqui uns poucos minutos ela vai começar a chorar novamente. E se isso acontecer vou colocar uma fita em sua boca com o maior prazer desse mundo, até porque não sou obrigado a aguentar uma criança chorona o dia inteiro.

Ocupo o banco do motorista e saio em alta velocidade fazendo a Luna começar a chorar alto novamente.

— Me leva pro papai e pra mamãe, titio. — Pede chorando absurdamente alto ficando vermelhinha.

— Cala a porra da sua boca. — Grito ultrapassando um sinal vermelho chamando a atenção de muitas pessoas que caminham a noite pelas ruas movimentadas de Nova York.

— Papai... — Chama o homem que acha que é o seu pai, como se ele estivesse perto e pudesse a escutar, o que é algo totalmente impossível. — Quelo o meu papaizinho lindo.

O seu choro alto mexe com o meu psicológico, ninguém merece ficar escutando esse choro irritante. Já estou amaldiçoando o momento em que decidi pega-la na creche irresponsável.

Me viro nervoso para brigar com ela que está tentando se soltar da cadeirinha e perco o controle do carro.

O grito da Luna se mistura com o barulho do carro se chocando em algo.

Em poucos minutos o choro da menina se silencia e tudo o que sinto é uma pressão absurda em meu corpo, e logo uma escuridão enorme me leva.











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   Espero que tenham gostado.💙

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Beijinhos e até o próximo...😘😘😘

Você Não Soube Me Afastar (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora