– Jun...? – Não entendi o que ele estava querendo dizer com aquilo.
– Meu nome é Junhui. Vossa Alteza para vocês. Digam logo o que vieram fazer aqui.
– Viemos te resgatar! Você não precisa lutar contra a rainha sozinho, estamos com você! – Eu ainda estava no chão, pois, diante de toda aquela chocante situação, não tinha forças para me pôr de pé. Meus cotovelos, cujos usei para amortecer a queda, estavam ralados e doíam, mas o choque era tanto que, na hora, nem percebi.
– Saibam que vieram em vão, porque eu não pretendo voltar a Terra com vocês, e muito menos lutar contra minha própria mãe.
– Jun... Por quê? – Eu mal conseguia lutar contra as lágrimas confusas que inundavam meus olhos.
– Porque... – Seus lábios tremeram, e ele se esforçava para manter firme sua expressão. – Porque agora eu sei onde é meu lugar, e vocês também deveriam saber qual é o de vocês. Se é só isso que vieram fazer, peço que se retirem, e parem de perturbar a rainha.
Antes de conseguirmos ao menos pensar em fazer alguma coisa, dois seguranças que protegiam a rainha vieram em nossa direção e nos empurraram em direção a um segundo corredor que começava do lado direito do grande salão.
– Ei, para onde estão nos levando? – Um Dino mal-humorado perguntou, enquanto tentava soltar um de seus braços das fortes garras de um dos guardas.
– Ao quarto de hóspedes, assim como Sua Alteza ordenou.
– Quarto de hóspedes? Então, mesmo depois de tudo, ainda seremos tratados como visitas? – Jihoon perguntou, mais curioso que com raiva.
– Devidamente.
Não me dei ao trabalho de dizer nada, e nem conseguiria se quisesse, pois me afogava nas lágrimas incontroláveis. Assim que finalmente chegamos ao quarto, que deveria ser enorme e conter vários objetos de luxo, mas que no momento possuía apenas um móvel que me importava, corri em direção à cama e meti o rosto no travesseiro mais próximo. Era macio e confortável, assim como a cama inteira, mas parecia que o conforto só me trazia mais dor.
Ignorei todos os outros e o que faziam dentro ou fora do quarto, pois só conseguia pensar que não conseguira dizer que o amava. Depois de tudo o que aconteceu entre nós em nosso último dia na Terra, por que ainda não conseguia dizer o que sentia? Bem, foi porque ele não deixou. Sequer me deu a oportunidade de conversar com ele como sempre fazíamos. Mas por que ele não deixou? Por que falou daquele jeito comigo e me fez ir embora à força, depois de tanto tempo sem nos vermos? Como eu deveria interpretar aquilo? O que o levou a ser assim?
Havia algo errado, aquele não era o Jun que eu conhecia. O verdadeiro Jun pularia de alegria ao me ver, conversaria comigo como meu amigo, e não como uma autoridade diante de um mero peão, como acabou de fazer. E o Jun que eu conheço ouviria meus sentimentos, mesmo que não sentisse o mesmo. Mas agora, o Jun que vimos nos tratava com frieza e sequer ouviu o que tínhamos a falar. Como eu deveria interpretar aquilo? O que o levou a ser assim? O que realmente aconteceu enquanto estivemos fora?
Minha única certeza era que havia sim algo errado. Aquele não era o Jun. E agora, meu mais novo objetivo é descobrir o que está acontecendo e trazer de volta o Jun verdadeiro.
Eu já não sabia se já tinham se passado horas ou apenas minutos, quando senti o toque de Coups no meu ombro, me fazendo levantar a cabeça para o olhar. Só então percebi que aquele quarto gigante contava com a presença de apenas nós dois. Onde será que estavam os outros? O que será que eles pensaram ao me verem com a cabeça enfiada num travesseiro durante todo aquele tempo? Será que ficaram preocupados?

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Moonlight ✨ JunHao
Fanfiction"- Deve ser muito frustrante não saber de suas origens, né? Digo... Você deve ter entrado em uma crise existencial muitas vezes. - Eu estou em uma crise existencial desde que me entendo por gente, Ming. - Ao ouvir isso, o olhei com uma expressão...