VI

111 13 6
                                        

•Minghao

Peguei o notebook no quarto e o levei à sala, planejando dessa vez me distrair o suficiente para não acabar dormindo de novo. Assim como da outra vez, queria receber Jun, e ainda mais hoje, já que ele saiu aflito.

Estava assistindo tranquilamente a um episódio de uma série que Mingyu me recomendou, com uma xícara grande de café me acompanhando e os pés embrulhados por uma coberta, extremamente confortável, quando levei um susto com um barulho repentino vindo da porta.

– MING! – Ele entrou já berrando, desesperado e sem fôlego.

Levantei-me num pulo e o segurei para ajudá-lo a entrar. Estava chovendo lá fora, e ele estava encharcado. Tentei o acalmar, mas ele continuava aflito e percorria as mãos em meu rosto, talvez procurando algo errado.

– Você está bem? Não aconteceu nada? Está se sentindo bem? – Ele perguntava desesperadamente.

– Jun! – Segurei seus braços para que parasse e prestasse atenção em mim. – Eu estou bem! Não aconteceu nada! Por que está tão aflito?

Ao receber a resposta, ele apenas me abraçou e em seguida pude ouvir alguns soluços. Eu não estava entendendo mais nada, mas minha vista começou a ficar embaçada pelas lágrimas que se formavam apenas ao de sentir sua aflição e preocupação comigo.

– Jun... O que aconteceu? – Perguntei quando nos separamos, tentando segurar as lágrimas para não deixá-lo preocupado.

– Depois te explico os detalhes, mas é que eu e minha mãe biológica acabamos entrando em guerra e... Fiquei com medo de que ela pudesse fazer algo com você.

– Sua mãe? – Estava surpreso. – Por quê? O que aconteceu?

– Resumidamente, ela é na verdade a rainha cruel de Uchandra, e agora que descobriu que ainda estou vivo, me quer de volta. Porém, eles não gostam de humanos, então se for pra me separar de você, eu prefiro lutar contra ela. – Ele explicou.

– Eu não me sinto bem em ver você abrindo mão de conhecer sua mãe por causa de mim.

– Ming, lembra daquela sua pergunta? Eu estava falando sério quando respondi que te escolheria, e isso porque ainda não sabia da personalidade horrível da minha mãe. Me diga, por que eu te abandonaria para viver com alguém tão horrível?

Foi só ele tocar nesse assunto que lembrei imediatamente da sensação forte que senti naquele momento. Elas me invadiram novamente agora, e eu passei a encará-lo de uma forma diferente. Na verdade, curiosamente, eu não o vejo mais da mesma forma desde aquele dia. Ainda não sei o que pode estar acontecendo, mas é como se agora eu fosse capaz de perceber nele coisas que eu antes apenas ignorava, e pensar nele de uma forma ainda mais especial. No meio de tantas dúvidas, minha única certeza é que eu preciso dele, e ultimamente não consigo mais pensar em outra coisa.


•Jun

Minghao estava novamente me encarando com aquele olhar cheio de desejo, coisa que já tinha acontecido uma vez, quando ele me perguntou sobre o mesmo assunto que estávamos falando agora. Meu rosto já deveria estar extremamente vermelho com isso, já que não é todo dia que se recebe uma encarada dessas da pessoa que ama – o que só me tentava a criar expectativas. Até que meu celular vibrou duas vezes, quebrando aquele clima.

Retirei o celular do bolso para ver as mensagens, e me deparei com algumas do Jihoon:

"Está tudo bem com o Minghao? Espero que sim. Só estou avisando que, caso estiver, você pode voltar pra cá e até mesmo o trazer. Nossa reunião ainda não acabou, e Coups acabou de chegar."

Moonlight ✨ JunHaoOnde histórias criam vida. Descubra agora