XXIV

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•Seokmin

O pesadelo começou assim que acordei. Espera, então eu estava desacordado? Por quanto tempo? Era para isso acontecer? Ergui minha mão agora desprovida de poderes e passei a observá-la, tentando organizar meus pensamentos, quando passei a reparar no céu que se estendia à minha frente. Era todo azul claro com certas manchas brancas e um sol que eu não quis observar por muito tempo por causar dor aos olhos. Então me pus sentado, e percebi que nada me era familiar. Nem mesmo o solo em que eu descansava era de confiança. Aquela coisa verde que compunha o chão, a vastidão daquele céu que parecia me engolir... Quando me dei conta, meu corpo inteiro tremia, e tudo o que eu queria naquele momento era sair, sair daquele lugar que eu não pertencia!

– Ei! – Então a voz de Seungkwan chamou minha atenção. – Você está bem?

Parei então para visualizar seu rosto. Aquele rosto tão familiar e tão importante para mim, a ponto de me fazer cometer uma loucura dessas, com aquele cenário tão estranho e medonho no fundo, bem no fundo. Percebi então que, não importava onde eu estivesse, ele ainda estaria comigo, e eu estaria com ele. Pela primeira vez, agradeci a mim mesmo por ter vindo, por não ter deixado o meu bebê se meter nessa encrenca sozinho.

Acho que minha tremedeira diminuiu.

– Estou... Agora estou... – Respondi, tentando recuperar o fôlego.

– Tem certeza? O que aconteceu?

– Não foi nada... – Tentei ocultar a fobia que tinha pelo desconhecido, pois achava que as fobias eram a maior fraqueza que um ser vivo poderia ter.

– Ah, eu te conheço, Seokmin. – Ele sorriu. Fazia tempo que eu não via aquele sorriso... – Eu sei que está com medo!

– Mas e você? Duvido que não esteja assustado com tanta coisa desconhecida por toda parte.

– Eu achei bem bonito, na verdade...

Fechei a cara propositalmente, demonstrando que não acreditava em nenhuma palavra saída de sua boca.

– Está bem! No fundo também estou com medo, mas ao mesmo tempo curioso sobre tudo! Você não?

– Bem, não. Você sabe muito bem que eu não queria estar aqui, Seungkwan.

– Por que não ficou lá, então? Ajudando a sua mãe a matar os meus amigos?

– Nunca que eu deixaria você vir sozinho! Eu preciso cuidar de você! Nem que pra isso eu tenha que provar desse inferno... E eu já sinto falta dos meus poderes.

– Você não vai precisar dos seus poderes aqui. Nós vamos nos virar como humanos, e sermos felizes normalmente.

– Kwan... Nós vamos mesmo ficar aqui pra sempre?

– Bem, eu receio que sim... A menos que sua mãe deixe de ser uma ameaça algum dia...

Ou seja, pra sempre.


Ficamos por um bom tempo sem sair do lugar, conhecendo o novo ambiente em que iríamos viver, até que decidimos tomar um rumo. À nossa frente havia uma larga e extensa faixa cinza e lisa no chão, e atrás de nós, uma casinha rodeada de pequenos animais não identificados.

Concordamos em explorar a faixa cinza primeiro, que lembrava de leve as ruas menos povoadas de Uchandra. De início aquele lugar parecia deserto, e não vimos problema nenhum em atravessá-lo. Porém, já no meio do caminho, fomos surpreendidos por um veículo em alta velocidade que, por alguns passos, quase se chocou contra nós. Meus extintos e todo aquele meu medo daquele planeta fizeram com que eu automaticamente saísse correndo, puxando Seungkwan junto, é claro, que acabou caindo no chão, talvez pelo medo ou pelo meu jeito brusco, e foi arrastado até atingirmos a parte verde novamente.

Moonlight ✨ JunHaoOnde histórias criam vida. Descubra agora