O dia seguinte

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Sete Anos Antes

"Houve um tempo, eu me lembro
Em que eu não conhecia nenhuma dor
Quando eu acreditava no para sempre
E que tudo continuaria igual"

Memories (Maroon 5)

Belle

O óculos escuro esconde minhas olheiras, consequência de quase não dormir na noite passada e eu não me arrependo, apenas com as lembranças um arrepio sobe pelo meu corpo. Sorrio ao recordar dos seus beijos, das suas mãos pelo meu corpo, do seu corpo sobre o meu e do meu corpo sobre o seu. 

Estaciono meu carro quase em frente a casa de Emy e Daniel, deixo meu veículo, aciono o alarme e caminho em direção a entrada, empurro para o fundo da minha mente minhas recordações, não é o momento para pensamentos lascivos.

Abaixo minha cabeça, encaro minha bolsa, guardo as chaves na minha pequena bolsa de alça longa e lateral que está pendura em meu ombro, ao finalizar a ação e olhar em frente deparo-me com ele. 

A vida é surpreendente e tem o melhor senso de humor, o cara responsável pelos meus pensamentos sacanas está a minha frente, caminhando para mesma direção que eu. Luís sorri, o seu sorriso sexy e bonito. Eu tentei, mas a vida não facilita, impossível não voltar a recordar de Luís e as posições que praticamos. 

Nós dois paramos, ficamos os dois em pé sobre o concreto, com uma boa distância entre nós, porém um de frente para o outro. Assim como eu, os olhos de Luís estão escondidos sob lentes escuras, não podemos ver nitidamente o olhar um do outro, mas posso jurar que seus olhos estão em mim. 

Eu sou a primeira a seguir em frente, Luís faz o mesmo, nós iremos nos encontrar, cruzar um com o outro. É o que acontece, estamos lado a lado, seguimos lado a lado, minha mão quase tocando a sua, não olhamos um para o outro, gosto desse joguinho, eu quero sorrir, mas mordo meu lábio para evitar. 

Estamos de frente para a porta, olho para ele, ele está me encarando, sorrio, ele sorri, nosso joguinho chega ao fim, coloco minha mão sobre a maçaneta, Luís da um passo para trás e afasta-se, trocamos um último olhar, então desvio o meu olhar do seu e olho em frente, entro na casa dos meus amigos, o bad boy fica para trás. 

Ally e Daniel estão esperando seus convidados logo depois da porta, os dois estão sorridente, um lindo o casal, desde que assumiram um namoro, ela soube, eles casariam e poderia apostar que serão o tipo de casal do até que a morte nos separe. 

— Minha madrinha demorou para chegar. 

Ally faz um beicinho infantil e aproxima-se de mim, abro os braços para receber seu abraço, beija minha bochecha e faço o mesmo. Minha amiga está tão sorridente, eu estou feliz pela minha amiga, sua felicidade faz parte da minha própria felicidade, nossa amizade é esse tipo de amizade, o tipo de amizade que compartilha e comemora a felicidade uma da outra.

Ally afasta-se e seu noivo aproxima-se, Daniel está tão feliz quanto Allyssa, é perceptível pela expressão em seu rosto. Compartilhamos um abraço, eu deixo minha boca perto da sua orelha. 

— Não pise na bola com a minha amiga, ou eu pisarei nas suas bolas e com um sapato de salto super fino. 

Sussurra, mas não o suficiente para Ally não ouvir, minha amiga gargalha, Daniel sorri, escuto o som de outra risada, olho para trás, é Luís, ele está esperando para abraçar o casal. Viro-me, sorrio para o casal e me afasto, caminho em direção a sala. Não encontro nenhum dos meus amigos e escolho ficar em pé perto da parede, um lugar o qual eu posso observar as pessoas, eu gosto de observar as pessoas, gosto de imaginar o que estão pesando, conversando, gosto de tentar descobrir a vida de cada uma, apenas pelos seus gestos e ações.

O Poder do Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora