Ciúmes!?

1.8K 211 30
                                    

"Deus, eu sinto sua falta também
Nós temos que fazer as pazes"

Miss You (Gabrielle Aplin)

Dois anos antes 

Belle

Bato meu dedinho na porcaria da mesinha de centro, um grito de dor escapa da minha boca, maldição, por que eu concordei com Luís sobre ela? Próxima vez que eu casar não deixarei a decoração por conta do meu marido, eu irei pagar uma decoradora, melhor não irei casar novamente, nunca mais. Irei contratar uma decoradora para redecorar meu apartamento de solteira que em breve será minha morada novamente. 

— Você está bem?

Escuto sua voz, viro-me e ele está na saída do corredor que separa nossa sala do restante da casa, o cínico está sem camisa, uma expressão risonha está estampada em seu lindo rosto. 

— Ótima. — Minha voz é repleta de ironia. — Eu amei dormi no sofá e olha só acabei de bater meu dedinho no pé nessa maldita mesa de centro. 

Eu sou a personificação da ironia, Luís perde a sua expressão risonha, é substituída por tristeza e preocupação. 

— Você continua com raiva. — Passa a mão pelo seu rosto e seu cabelo. — Eu sinto muito. 

Suspiro, não quero conversar com ele, ou melhor discutir, porque no momento tudo que faremos se eu abrir a boca é discutir. 

— Eu não quero discutir, eu vou almoçar com as meninas e na volta a gente conversa. 

Pego os lençóis e travesseiro que usei na noite passada, sinto seu olhar sobre mim.

— Você poderia ter dormido no quarto de hóspedes. 

Dou de ombros, olho para ele por uma última vez. 

— Eu queria assistir um filme.

Ele assente, viro-me e sigo para o nosso quarto.

— Tem café na cafeteira.

Ao escutar sua voz lágrimas acumulam-se em meus olhos, droga, eu odeio brigar com Luís. Entro em nosso quarto, deixo os lençóis e travesseiro sobre a cama, sigo para o banheiro, preciso de um banho, quem sabe a água leve a mágoa e raiva de mim. Retiro as roupas que usei para dormir, regata e calça de moletom, como estou sem lingerie, eu estou nua, olho para o espelho, para meu reflexo, os vestígios de maquiagem em meu rosto aumentam a minha raiva. 

Após alguns minutos sob água, eu estou mais calma, mas ainda com raiva do meu marido. Visto uma roupa leve, um short, uma blusa, um blazer, tênis, amarro meu cabelo em um coque, óculos escuros ocultam minhas olheiras de quem teve uma péssima noite, pego minha bolsa, coloco a alça sobre meu ombro, caminho do quarto para a sala, busco meu celular que está sobre o sofá e sigo para a cozinha. Não encontro Luís, uma parte minha está aliviada, outra quer procurar por ele, apoio meu corpo no balcão e envio uma mensagem para Emy, eu preciso de uma carona, não estou bem o suficiente para dirigir, sua resposta é um sim e vinte minutos e estou em frente à sua casa, dígito um ok. E enquanto espero minha amiga decido beber um pouco de café, encontro um bilhete ao lado da cafeteira. 

Eu, realmente, sinto muito.

Eu amo você, sereia.

Sinto um aperto em meu peito, uma angústia, fecho meus olhos por alguns segundos para evitar o choro, guardo seu bilhete dentro da minha bolsa e sirvo um pouco de café no meu corpo térmico. É prático ter a cafeteira, xícaras e copos térmicos, um do lado do outro. 

O Poder do Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora