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06/08 – Lory

Hoje é o início das voltas aulas, sinceramente não estou nem um pouco animada para ter que voltar para lá, mas por outro lado, quanto mais rápido acabar, mais rápido me livrarei de momentos dos quais ainda me atormentam.

João não deu nenhum sinal de vida, quer dizer, não para mim, mas para os nossos amigos sim, eu me sinto tão excluída, como se não fizesse mais parte do grupo, um grupo ao qual eu daria minha vida para salvar. Mas pensando bem, nem todos ali parecem sentir o mesmo por mim, não que eles estejam me tratando mal, não, muito pelo contrário, parece que nada aconteceu e tudo está como antes, mas as atitudes do Matheus me fez questionar várias vezes se os meus amigos, realmente são meus amigos. Talvez seja só paranoia da minha cabeça e eu esteja totalmente errada. A parte mais legal é que todos ainda continuam unidos, ninguém excluiu ninguém depois do acontecido, lógico que tem alguns que sussurram pelos cantos ou param de falar quando alguém chega perto, talvez o Matheus tenha razão em uma coisa, nosso grupinho não vai durar para sempre, fomos todos inocentes demais quanto a isso.

A maioria do pessoal da escola está tão preocupado com as provas finais e com o Enem chegando, que dá para ver o cansaço exposto em seus rostos. Eu sou uma delas, passei o restante das férias estudando para os vestibulares, não estava afim de sair e esbarrar com o João e aquela garota pela cidade, tudo bem que eu descobri que ela era só a prima dele, uma prima da qual eu estava louca para conhecer e me dar bem, idealizei que viraríamos melhores amigas e ela me contaria sobre várias histórias das aventuras dela com o João quando eram pequenos, tadinha, a iludida, achando mais uma vez que tudo daria certo para mim. Estou tão cansada de ter que lutar por aquilo que acredito, que estou sem forças para continuar, mas tudo bem, eu espero que tudo isso tenha valido a pena no final.

– Amiga, está tudo bem? - perguntou a Nara se aproximando de mim. Enquanto caminhávamos para a sala de aula, eu contei a ela sobre o que estava sentindo e ela desabafou comigo também, espero que isso nunca mude com os anos, as minhas amigas são o que me torna mais forte.

– Alunos, sentam-se e coloque apenas a caneta em cima da mesa. Prova surpresa – disse o professor de artes.

Ah pronto, era tudo o que eu precisava, de uma prova no primeiro dia de aula.

– É apenas da matéria de artes? - perguntou uma garota da primeira fileira, aposto que ela estava animada para ter que fazer aquela prova.

– Não, é um simulado do enem, todos os terceiros anos estão fazendo, então por favor, se acomodem que lhes entregarei as provas, e não tenham pressas, vocês terão até a hora do intervalo para terminar.

Reh:

O sinal para o intervalo soou, e todos fecharam suas provas e entregaram ao professor. Tenho certeza que não fui muito bem, minha cabeça estava em outro lugar, mas o bom, é que eu decidi o que faria a seguir, está na hora de conversar com o Pedro.

Pedro:

Pedro, a gente pode conversar? Agora, no intervalo?

Claro, onde?

Me encontra em frente a coordenação, pode ser?

Pode sim, já estou indo.

Meninas, depois eu encontro vocês, tudo bem? Está na hora de conversar com o Pedro.

– Tá bom amiga, vai lá, depois conta pra gente o que resolveram, está bem? – Disse a Jack, eu acenei com a cabeça eu fui esperar por ele na coordenação. Não demorou muito e ele logo chegou.

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